O dólar acelerou à tarde e atingiu o nível de R$ 5,7029 na máxima, maior valor intradia desde 6 de agosto, com o real tendo o pior desempenho entre os pares nesta sexta-feira, 18, porque o mercado financeiro segue preocupado com as contas públicas do País. A divisa norte-americana até se desvalorizou ante rivais fortes, mas ganhou terreno em relação a moedas de emergentes e exportadores de commodities, com pressão do petróleo e de incertezas sobre o crescimento da China.
O dólar à vista subiu 0,69%, a R$ 5,6989, acumulando alta de 1,49% na semana e de 4,62% no mês. No contrato para novembro, subia 0,71%, a R$ 5,7000, por volta das 17h13. Já o DXY, que mede a moeda norte-americana contra uma cesta de pares fortes fechou em queda de 0,32%, a 103,493 pontos, seguindo o recuo dos juros dos Treasuries.
“Mesmo com o DXY caindo, quem está sofrendo hoje são principalmente as moedas emergentes por conta das commodities afundando, desde agrícolas até petróleo, o que influencia bastante no fluxo”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora Fabrizio Velloni.
Os futuros de trigo, soja e milho fecharam em queda em Chicago. Já o petróleo WTI caiu 2,00%, a US$ 68,69 o barril, e o Brent cedeu 1,87%, a US$ 73,06, com ambos acumulando perda semanal de cerca de 8%, mediante incertezas sobre demanda global e sobre as tensões no Oriente Médio.
No início do pregão, as divisas emergentes até chegaram a subir pelos indicadores de atividade positivos na China e novos estímulos anunciados no país, além da queda dos juros dos Treasuries após pesquisa mostrar que as construções de moradias iniciadas nos EUA caíram 0,5% em setembro ante agosto.
Assim movimento se inverteu ainda na parte da manhã, quando o real já tinha a pior performance entre os pares, com a questão fiscal ainda no radar.
“O fiscal não tem solução clara, o rombo vem aumentando. O cenário vem sendo afetado com o aumento dos juros, o que leva a uma projeção de arrecadação menor, e aí tem projeção menor de reduzir o déficit fiscal. É o problema fiscal que deixa o Brasil ainda menos atrativo”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora.