Desvalorização do real frente ao dólar pode ter colaborado para o aumento de 0,13% nos preços dos medicamentos para hospitais em agosto, mês em que, historicamente, estes produtos registram queda de preços
Agência Estado –
Medicamentos estão mais caros (Foto: Arquivo, Midiamax)
A desvalorização do real frente ao dólar pode ter colaborado para o aumento de 0,13% nos preços dos medicamentos para hospitais em agosto, mês em que, historicamente, estes produtos registram queda de preços. A observação é do economista e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Bruno Oliva. Em agosto a taxa de câmbio sofreu um aumento de 0,19%, segundo dados do Banco Central.
Oliva é o responsável pelo Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), desenvolvido pela Fipe com base em dados de transações realizadas na plataforma Bionexo.
A alta dos preços dos medicamentos para hospitais em agosto ocorreu após um recuo de 0,19% no mês de julho e caminhou na mão contrária da inflação agregada medida pelo IPCA, que no mês registrou ligeira deflação de 0,02%. No mesmo período, o IGP-M trouxe elevação mensal de 0,29% nos preços da economia brasileira.
A variação positiva no IPM-H de agosto foi maior entre os grupos terapêuticos: aparelho geniturinário – urinário e reprodutivo, 5,49%; aparelho digestivo e metabolismo, 4,37%; sistema nervoso, 0,45%; agentes antineoplásicos, 0,33%; preparados hormonais, 0,20%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 0,20%, e sistema musculoesquelético, 0,10%.
Em contrapartida, houve queda em medicamentos classificados nos seguintes grupos: aparelho respiratório, 3,22%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 0,53%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 0,49%; órgãos sensitivos, 0,26%; e aparelho cardiovascular, 0,24%.
De janeiro a agosto, o IPM-H registra uma valorização de 3,81%.
Considerando esse balanço parcial, quase todos os grupos terapêuticos registraram aumento: aparelho digestivo e metabolismo teve aumento de 12,83%; aparelho geniturinário, 11,56%; sistema nervoso, 9,62%; órgãos sensitivos, 6,75%; aparelho respiratório, 4,28%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos,4,24%; agentes antineoplásicos,4,08%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 2,71%; preparados hormonais,2,50%; sistema musculoesquelético, 0,46%; e aparelho cardiovascular, 0,15%.
A exceção no ano foi o grupo terapêutico sangue e órgãos hematopoiéticos, que registrou queda de 1,01%. Analisando os últimos 12 meses encerrados em agosto, o IPM-H apresenta valorização acumulada de 1,71%.
Segundo Oliva, “em termos de sazonalidade, a alta registrada em agosto divergiu da nossa expectativa para o período, considerando que, no histórico do IPM-H, o período é normalmente marcado por variações negativas”.
Ele reforça que, olhando para o contexto, é possível considerar que a alta recente do dólar tenha colaborado de alguma forma para pressionar os preços e os custos de transporte de alguns medicamentos, especialmente os importados.
“Adicionalmente, o aquecimento da economia e do mercado de trabalho também pode trazer reflexos aos preços, via aumento da demanda por medicamentos – fenômeno que também pode facilitar o repasse de custos pelos fornecedores para os hospitais e consumidores”, acrescenta.
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