Foi deflagrada nesta quarta-feira (27), pela Polícia Civil de Mato Grossoa Operação Fair Play, que investiga um grupo criminoso investigado por lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
19 mandados judiciais são cumpridos, entre eles prisões, buscas, apreensões, o sequestro de quatro veículos e de um apartamento em Itapema (SC), além do bloqueio de contas bancárias e suspensão de atividades de duas empresas.
A operação é um desdobramento da Operação Apito Final, realizada em abril deste ano, que identificou Paulo Witer Faria Paelo, de 38 anos, como tesoureiro de uma facção criminosa. Ele é acusado de movimentar milhões de reais com esquemas envolvendo imóveis, veículos e até a gestão de um time de futebol amador em Cuiabá.
Esquema no litoral sul
As investigações apontam que o grupo adquiriu um apartamento em Santa Catarina, em outubro de 2023, usando uma técnica chamada “smurfing”, que consiste em fracionar pagamentos para evitar o rastreamento financeiro.
O imóvel foi comprado com recursos do tráfico de drogas e registrado em nome de um, ex-assessor da Câmara de Vereadores de Cuiabá, que atuava como “laranja”.
Um advogado, de 35 anos, também é alvo da operação. Ele foi responsável por avaliar a documentação e autorizar a compra do imóvel, que era usado por Paulo Witer e outros membros da facção durante viagens ao litoral catarinense.
Histórico criminoso e assistencialismo
Paulo Witer foi preso na Operação Apito Final. Após sua libertação, em 2021, se tornou ttesoureiro do grupo e passou a movimentar valores milionários. Além de investir em imóveis e veículos, gerenciava o time de futebol Amigos WT e planejava construir o complexo esportivo Arena Vip Cuiabá, no bairro Jardim Umuarama.
A facção também realizava ações assistenciais, como a distribuição de cestas básicas e brinquedos no bairro Jardim Florianópolis, com o objetivo de ganhar apoio da comunidade. Durante uma das ações, o grupo gastou R$42 mil apenas com sacolões.
Cooperação interestadual
A Operação Fair Play contou com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, que localizou o imóvel usado no esquema de lavagem. A ação faz parte da Rede Nacional de Unidades Especializadas no Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.