O omeprazol pertence à classe de fármacos denominados inibidores da bomba de prótons – pantoprazol e rabeprazol também se enquadram nessa categoria. Conhecidos como IBP, esses medicamentos atuam reduzindo a quantidade de ácido estomacal por meio da inibição de uma enzima responsável pelas etapas finais da produção do ácido gástrico.
INDICAÇÕES
Primeiramente, é essencial compreender que o estômago produz suco gástrico, altamente ácido, para a digestão dos alimentos. Às vezes, essa acidez pode causar problemas como úlceras gástricas (lesões no estômago) ou duodenais (no intestino), refluxo gastroesofágico e doença de Zollinger-Ellison, condições nas quais o omeprazol é indicado.
Segundo a bula, o medicamento também é utilizado para tratar dispepsia, condição que causa acidez, azia, arrotos ou indigestão; prevenir sangramentos no trato gastrointestinal superior; tratar ou prevenir esofagite de refluxo em crianças com mais de 1 ano; combater úlceras causadas pela bactéria H. pylori, junto com antibióticos; e proteger o estômago contra danos causados por anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
Portanto, ao contrário do que muitos pensam, de acordo com a farmacêutica Maria Aparecida Nicoletti, responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), o omeprazol não é indicado para dor abdominal – um termo frequentemente usado para descrever cólicas intestinais, como diarreia.
COMO BEBER
O medicamento deve ser ingerido com líquido antes das refeições, preferencialmente pela manhã, conforme a bula. Maria Aparecida destaca que estudos científicos sugerem que o remédio seja tomado de 30 minutos a uma hora antes da refeição.
É crucial seguir as orientações médicas e não interromper ou prolongar o uso do medicamento sem recomendação. Da mesma forma, a dosagem do omeprazol, disponível em cápsulas de 10, 20 ou 40 mg, deve ser determinada individualmente por um especialista.
O omeprazol também pode ser administrado por via intravenosa, quando a ingestão oral não é viável, segundo Maria.
Conforme a farmacêutica, o omeprazol só produz efeito após ser absorvido pelo organismo, o que ocorre no intestino delgado. Se ingerido com alimentos, sua passagem do estômago para o intestino será mais lenta do que se ingerido isoladamente, o que pode retardar sua absorção.
EFEITOS COLATERAIS
Segundo consta na bula, os efeitos adversos mais comuns incluem dor de cabeça, diarreia, prisão de ventre, dor abdominal, náusea, gases, vômito, regurgitação, infecções do trato respiratório superior, tontura, erupção cutânea, fraqueza, dor nas costas e tosse.
Já os menos comuns incluem formigamento, sonolência, insônia, vertigem e aumento das enzimas hepáticas, entre outros. A bula também menciona efeitos raros, como boca seca, dor ou fraqueza muscular e erupções cutâneas.
O uso prolongado do omeprazol pode prejudicar a absorção de minerais e vitaminas como cálcio, magnésio e vitamina B12, devido à redução da acidez estomacal pelo medicamento. Nestes casos, é recomendado monitorar de perto os níveis desses nutrientes e, se necessário, suplementá-los, de acordo com a especialista.
CONTRAINDICAÇÕES
Segundo a bula, o medicamento não deve ser utilizado por pessoas com histórico de reação alérgica a ele ou a qualquer um de seus componentes, nem por gestantes sem orientação médica.
Pacientes com diabetes devem utilizar omeprazol com cautela, devido ao conteúdo de açúcar no medicamento. Aqueles com disfunção hepática ou renal devem ser monitorados de perto ao tomar o fármaco.
A bula alerta ainda sobre o risco de interações medicamentosas, recomendando evitar o uso simultâneo de omeprazol com certos medicamentos, como atazanavir, nelfinavir, metotrexato, clopidogrel e clorazepato, entre outros. É importante informar ao médico sobre todos os medicamentos em uso quando se está tomando omeprazol.
** Com informações do Estadão.