Conhecida popularmente como derrame, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma das doenças com maior incidência no Brasil. Nesta terça-feira (29), o Dia Mundial de Combate ao AVC visa conscientizar sobre a gravidade e importância de cuidados na rotina.
Em entrevista ao Jornal Midiamaxo médico neurologista do Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Gabriel Braga, explica que a doença é uma condição neurológica com a perda de função neurológica diante da incapacidade do cérebro em receber sangue de uma forma adequada, seja porque a artéria entope levando ao AVC isquêmico ou porque se rompe levando ao AVC hemorrágico. Ambas são graves, levando a mortalidade e sequelas.
“O AVC é uma daquelas doenças que é de tempo dependente para o tratamento. Uma vez que se inicia os sintomas, a gente tem apenas horas para fazer o tratamento eficaz para reduzir as sequelas do paciente. Os principais sintomas são os que a gente chama de deficitários, ou seja, a pessoa perde alguma função neurológica, seja a função motora, a simetria facial, a perda da linguagem e, eventualmente, a perda da consciência”.
Dr. Braga reforça que, apesar de caber no imaginário popular, o derrame não começa apenas com dor de cabeça, mas na maioria dos casos começa com a perda da função neurológica. É imprescindível a procura por um médico nos primeiros minutos do sintoma.
Faixa etária
Na grande maioria dos casos, o AVC é diagnosticado em homens idosos, contudo, crianças e adolescentes também são vulneráveis aos sintomas, independente da faixa etária.
“Hoje, sabemos que 90% dos casos podem ser reduzidos com mudanças de estilo de vida, coisas relativamente simples, como manter atividade física aeróbica, reduzir a quantidade de sal ingesta, fazer check-up regulares, ver se há arritmia, controle de glicemia e gordura no sangue”.
“O grande foco e objetivo que a gente tem que ter no pós-AVC é não só reabilitar os pacientes, mas devolver a independência funcional, apesar das sequelas residuais, mas evitar que novos eventos aconteçam. A gente sabe que quando uma pessoa já teve um primeiro evento aumenta a chance de acontecer segundo. O tratamento após aguda envolve três pilares: a reabilitação, prevenção secundária e tratamento das complicações clinicas após-AVC”.