Um morador de rua, de 60 anos e nome ainda não divulgado, foi encontrado morto na Rua Vaz de Caminha, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, neste sábado (10). A principal suspeita é que o homem tenha morrido em decorrência do maior frio do ano na capital.
A vítima foi vista com a coberta molhada, além do corpo estar estático e deitado em frente a um estabelecimento. Ao chegar no local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontrou outros dois moradores de rua ao lado do corpo do homem, que informaram que ele chegou ao local, na noite de sexta-feira (09), todo molhado, devido à chuva, e apenas disse que era um policial aposentado e sua família ser natural de Paranaíba.
A noite inteira foi gelada, mas a mínima, segundo a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) instalada na Embrapa Pantanal, na saída de Campo Grande para Corumbá, foi registrada por volta das 5 horas. Mas isso não significa que em outras regiões da cidade a temperatura não tenha ficado abaixo dos 4,8 graus.
O Inmet também informa que, durante a madrugada (meia-noite até às 5h) a temperatura na capital variou entre 4.8°C e 6.4°C. Acerca da chuva, não foi registrada durante a madrugada, apenas ao longo da noite de sexta-feira.
Ainda, o médico responsável pelo caso disse que o morador de rua estava rígido e espera a chegada da Polícia Civil e da Perícia para mais detalhes sobre a morte. Além disso, a causa também deve ser investigada.
Outros casos similares
No mês passado, no dia 13 de julho, outro morador de rua, com idade próxima a 60 anos, foi encontrado morto no Bairro Moreninhas, em Campo Grande. A principal suspeita seria o frio intenso que atingiu a capital sul-mato-grossense na noite anterior, sábado (12), do qual, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi registrada sensação térmica de -4,1°C.
De acordo com informações iniciais, o homem deve ter por volta dos 60 anos de idade e estava instalado no fundo de uma oficina, do qual ele já era acostumado a passar as noites naquele local. O proprietário do estabelecimento, de 53 anos, afirmou ter chegado à mecânica às 6h30 e viu o morador de rua deitado, mas pensou que ele estava dormindo e acabou não percebendo que o homem havia morrido.
Após algumas tentativas de chamá-lo, o dono percebeu que o rapaz estava desacordado e ligou para a Polícia. Os bombeiros chegaram primeiro ao local e constataram que o homem estava sem vida. Após a confirmação da morte, os policiais e agentes periciais também chegaram ao estabelecimento.
Já o outro caso foi em junho do ano passado, um homem em situação de rua, identificado como Nelson, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon, localizada na rua Benjamin Adese, bairro Jardim Leblon, em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, o rapaz foi encontrado caído no chão em via pública e apresentava sinais de hipotermia, alcoolismo e acidente vascular encefálico/morte cerebral. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foi levado para a UPA Leblon pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com sinais vitais instáveis, que evoluiu para parada cardiorrespiratória.
Outro caso em Campo Grande, um homem identificado como Sidirlei Carvalho, 57 anos, foi encontrado morto em frente a uma madeireira, no Jardim Monumento, por um funcionário que chegou para trabalhar por volta das 6h, na mesma semana do caso anterior. Ainda conforme a PM, não havia sinais de violência ou ferimentos no corpo da vítima e a principal suspeita é de hipotermia.
Em Ponta Porã, um homem, identificado como Brian, foi encontrado morto na linha internacional, próximo a uma empresa ao lado da rodovia MS-164. Equipes da polícia e socorristas também foram ao local e, em levantamento preliminar, a principal suspeita é de hipotermia.
Saiba
O Inmet emitiu um aviso de perigo para declínio de temperatura em algumas cidades do oeste brasileiro, incluindo todo o Mato Grosso do Sul. Segundo o comunicado, é previsto um declínio maior que 5°C e deve durar até o fim deste sábado (10), às 23h59.
*Colaborou Naiara Camargo
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