O preso, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, que está encarcerado no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, foi levado nesta segunda-feira (6) para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros). Ele seria o mandante do atentado que acabou na morte dos adolescentes Silas Ortiz, de 13 anos, e Aysla Caroline, de 13 anos, no dia 3 deste mês.
Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que Kleverton foi encaminhado para o Garras, onde prestou depoimento sobre o atentado que acabou na morte dos adolescentes. Os detalhes do depoimento de Kleverton não foram revelados. O alvo de Kleverton seria Pedro Henrique.
Três pessoas foram presas pelo crime: Rafael Mendes, Nicollas Inácio e George Edilton Dantas. A prisão se ocorreu pelo envolvimento no atentado na Rua Flor de Maio, Jardim das Hortênsias, em Campo Grande, que terminou com dois adolescentes, de 13 anos, mortos, e outras duas pessoas feridas, foram presos neste domingo (5). Um dos detidos é um motorista de aplicativo que teria participação no crime. Outro integrante continua foragido.
De acordo com as investigações, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva estaria por trás do acesso a pelo menos uma das armas usadas no crime. Além disso, de dentro da unidade da Agepen, o preso estaria ‘monitorando em tempo real’ os passos de policiais que atuam na elucidação do duplo assassinato.
No submundo do narcotráfico em Campo Grande, Kleverton é apontado como suposto chefe da venda de drogas na região das Moreninhas. De dentro da cadeia, sob custódia e proteção oficial da Agepen, o detento estaria expandido as atividades para outros bairros campo-grandenses.
Assim, estaria com bocas de fumo no bairro Aero Rancho e supostamente organizaria os comparsas para disputa pelo controle do território no Jardim das Hortênsias, onde uma execução por dívida de droga acabou na morte dos dois adolescentes que não tinham nada a ver com a guerra do tráfico.
Aysla, de 13 anos, e Silas, de 13, tomavam tereré em frente de uma casa, na Rua Flor de Maio, quando foram executados. O alvo, segundo indicam as apurações, seria Pedro Henrique, apontado como ‘correria’ de um dos grupos rivais de Cleverton.
Detentos ‘mansos’ usam presídios até como ‘depósito seguro’
“Desde que surgiu a polícia penal, afastaram a PM dos presídios e a coisa só piorou nos últimos três anos. Os caras estão tão mansos que estão usando as unidades até como depósito do crime. Estes dias acharam até explosivos guardados num presídio”, denuncia servidor que se aposentou logo após a criação da polícia penal.
A reportagem acionou a Agepen pedindo posicionamento sobre como os celulares continuam entrando e funcionando dentro das unidades prisionais estaduais de Mato Grosso do Sul, e de acordo com a Agepen, várias providências como a utilização de tecnologia para a revista de visitantes vem sendo adotada. Confira a nota na íntegra:
“A Agepen tem adotado várias providências para coibir o acesso de detentos a ilícitos, como a utilização de tecnologias para revistas de visitantes. Atualmente, a utilização de drones para arremessos de ilícitos para dentro do presídio é uma problemática atual que vem sendo enfrentada, com constantes interceptações pela Polícia Penal, inclusive com a prisão de pessoas que pilotam esses equipamentos. Além disso, operações pente-fino são realizadas para a apreensão.”
Recentemente, a penitenciária recebeu ação da Operação Mute. Como parte desta fase da Operação Mute, da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), telamentos serão instalados sobre os pavilhões, como forma de dificultar esses lançamentos. A direção da Penitenciária será informada sobre esta denúncia para providências necessárias.
O problema afeta o combate ao crime em todo o país. Recentemente, em 24 de abril, a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública)realizou mais uma fase da Operação Mute com mandados em presídios de Mato Grosso do Sul.
No PED (Presídio Estadual de Dourados), a operação da Senappen foi um vexame para o sistema prisional de Mato Grosso do Sul. Entra tudo. Assim, acharam até explosivos guardados dentro da unidade da Agepen na maior cidade do interior de MS. O flagrante comprova que as cadeias viraram ‘escritórios do crime’, onde os bandidos acham mais ‘seguro’ guardar o que precisam esconder da polícia e da justiça.