Bancadas cartistas reafirmam posição contra a operação policial ‘Pavo Real II’ que matou o deputado federal Eulálio Gomes, o ‘Lalo’, na semana passada, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Na reunião com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, os parlamentares pediram esclarecimentos sobre ação.
A chefe da bancada, Rocío Abed, explicou que os parlamentares exigiram a demissão do Ministro do Interior, Enrique Riera, e do Comandante da Polícia, Carlos Benítez.
Em consonância com diversas falas de lideranças cartistas, o questionamento aponta para Osmar Legal, juiz que autorizou a busca na casa de Gomes em Pedro Juan Caballero.
Segundo ela, a ordem para entrar na casa foi irregular. “Faltam muitas coisas para esclarecer. Ninguém está acima da lei ou da Constituição”, disse a cartista.
Após a reunião, um setor mais duro da ala cartista defendeu também a extinção da SIU (Unidade Especial de Inteligência Sensível contra Narcóticos e Atos Puníveis)., que teria agido em comum acordo com o DEA (Departamento de Polícia Americana).
“Há duas instituições em julgamento, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Todas as dúvidas devem ser esclarecidas”, ressaltou o deputado Yamil Esgaib à imprensa paraguaia.
Família fala em execução
A viúva do deputado colorado do Paraguai, Eulalio Gomes, Johana Rodrigues, garantiu que o marido não disparou contra os agentes que invadiram a sua casa na madrugada desta segunda-feira. A ação policial aconteceu durante investigações da Operação Pavo Real II.
“Não houve tempo”, disse a viúva aos jornais paraguaios. Ela garantiu que o parlamentar estava dormindo quando os policiais invadiram seu quarto e insiste na tese de execução. A autópsia revelou que o legislador foi baleado duas vezes.
“Estamos arrasados, não sei se há palavras para dizer sobre o que aconteceu”, disse ela. “Ele não merecia o que aconteceu com ele, não porque seja meu marido, mas porque é o que realmente era”, explicou.
Johana relatou ainda, durante a invasão da polícia estava rezando na “quarentena de São Miguel” e ouviu um barulho, depois outro mais alto, até que decidiu ir acordá-lo. Segundo sua versão, Gomes se levantou, pegou a arma e foi abrir a sala. Mas, a mulher pediu para ele fechar.