Após tragédia com seis mortes em acidente na BR-163, em abril deste ano, o assunto sobre a segurança da rodovia ainda é debatido entre políticos de Campo Grande e Mato Grosso do Sul, que buscam soluções para o problema.
Nesta terça-feira (7), o deputado Zé Teixeira (PSDB) solicitou à concessionária CCR MSVia e ao Dnit (Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a execução de melhorias no trecho entre os municípios de Dourados e Campo Grande.
“Constantemente, apontamos a importância de rodovias em bom estado de conservação, com a pavimentação de qualidade, sem buracos na pista e, principalmente, quanto à sinalização viária horizontal e vertical, imprescindíveis à orientação dos condutores. Também reivindicamos a manutenção e limpeza dos acostamentos e margens das estradas, para que placas e toda a sinalização fiquem bem visíveis a todos os motoristas”, explicou Zé Teixeira.
Já na Câmara Municipal de Dourados, o vereador Laudir Munaretto (MDB) pediu obras de manutenção da rodovia, com duplicação, alargamento da pista, melhoria nos acostamentos e sinalização adequada nos trechos em obras.
A BR-163 é a estrada responsável pela ligação de grandes áreas produtivas das regiões Norte e Centro-Oeste com o Sul e Sudeste do Brasil, incluindo os portos de Paranaguá e Santos.
Entretanto, a falta de segurança tem sido destaque, considerando que o plano para duplicação de alguns trechos nunca saiu do papel. Logo, a falta de trechos duplicados somada ao intenso fluxo de veículos, principalmente caminhões, oferece mais riscos a quem precisa viajar.
Após o acidente com seis mortes, o problema foi amplamente discutido na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), com a estrada sendo chamada até de “rodovia da morte”.
Conforme previsto no contrato de concessão, o início da cobrança de pedágio dependia da duplicação de 10% dos 845,4 km de rodovia até o 18º mês da data de assinatura da transferência da rodovia, ou seja, ao menos 84,5 quilômetros até outubro de 2015.
Ao fim de 2015, a CCR havia duplicado 90 km ao longo de 10 trechos da rodovia. Além disso, implantou 17 bases operacionais e nove praças de pedágio.
Entretanto, após essas entregas, as obras de duplicação seguiram a passos lentos e apenas cerca de 150 km foram duplicados.
Concessão da BR-163
A duplicação total da BR-163 foi um acordo estabelecido desde o início da concessão da CCR MSVia, há 10 anos, mas a empresa ainda não cumpriu todo o plano, sob a justificativa de prejuízo.
Enquanto isso, a empresa fatura R$ 16 milhões por mês com a cobrança de pedágio em Mato Grosso do Sul. O último relatório trimestral da concessionária mostra o valor faturado com pedágios em MS chegou a R$ 48,4 milhões entre julho e setembro de 2023.
Segundo a empresa, a receita aumentou em 11,6% no 2º trimestre de 2023 em comparação ao 3º trimestre de 2022, devido ao reajuste tarifário a partir de agosto do ano passado e ao aumento das exportações de grãos.
Acidente com seis mortes
O imbróglio todo voltou a ser centro das discussões após o acidente envolvendo duas carretas, um caminhão e um carro de passeio, que matou seis pessoas. O km-429, onde ocorreu o acidente, tem o pedágio mais caro de Mato Grosso do Sul.
Conforme a tabela da CCR MSVia, o preço da taxa para automóveis, caminhonetes e furgões é de R$ 9,10, num trecho que sequer é duplicado.
O último reajuste, em agosto do ano passado, aumentou a taxa em 16,8%. Para fins de comparação, o trecho com pedágio mais em conta fica no início da rodovia, em Mundo Novo, custando R$ 6.
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