Na terça-feira (10), a Assembleia Geral Extraordinária da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado) mobilizou centenas de servidores públicos em Campo Grande. Após quase sete horas de discussões, encerradas às 21h, o encontro não trouxe alterações no estatuto da entidade, mas revelou a insatisfação com o modelo de gestão e as taxas aplicadas, além de críticas ao atraso na realização da reunião.
O evento ganhou destaque durante sessão na Assembleia Legislativa, com a fala da deputada estadual Gleice Jane, que participou da Assembleia como professora e beneficiária do plano. “Eu estava na Assembleia da Cassems não como deputada, mas como uma professora servidora e beneficiária do plano de saúde. Pude usar a fala legitimamente porque também sou membro desse espaço. O que aconteceu foi um recado claro dos servidores e servidoras para a gestão: não estamos contentes com esse modelo”, declarou.
A deputada enfatizou que o debate sobre a Cassems deve ser conduzido pelos próprios servidores, com responsabilidade técnica e social. “Nós precisamos debater a Cassems dentro de uma política séria de saúde. Não podemos colocar em risco um plano construído pelos servidores. Esse debate deve ser técnico e incluir todos os envolvidos, para que todas as questões sejam respondidas”, reforçou.
Gleice Jane também sugeriu a criação de um fórum permanente para discutir o futuro da entidade. “Precisamos criar um espaço onde ninguém fique de fora. Precisamos pensar na Cassems como um instrumento de luta dos trabalhadores, mas também com responsabilidade social”.
A deputada aproveitou para criticar a privatização e terceirização da saúde, que, segundo ela, não atendem às necessidades dos trabalhadores públicos. “O que estamos vendo em Mato Grosso do Sul, com a privatização da saúde, não é um modelo viável para os servidores. Precisamos de um sistema que atenda as demandas de forma justa e eficiente”, alertou.
Apesar da ausência de mudanças imediatas, o encontro deixou clara a insatisfação dos servidores e a necessidade de ampliar o debate sobre a gestão e o futuro da Cassems. A mobilização reforçou o apelo por um diálogo que priorize a saúde e o bem-estar dos trabalhadores públicos do estado.