Vereadores de Campo Grande vão discutir, nesta sexta-feira (7), a corrupção no futebol de MS. A audiência pública deve acontecer nos mesmos moldes do debate realizado nesta semana na Assembleia Legislativa.
A audiência convocada pela Comissão de Desporto da Casa de Leis deve contar com a presença dos dirigentes dos clubes de futebol do Estado, já que os clubes podem promover mudanças no estatuto da federação.
O futebol de Mato Grosso do Sul voltou à tona desde o dia 21 de maio, quando Operação Cartão Vermelho prendeu Francisco Cezário e outras seis pessoas por corrupção no futebol. Cezário comandou a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) por 26 anos.
Após a prisão de Cezário, o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallas, foi indicado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para presidir de forma interina – por 90 dias – a federação. Sua nomeação, porém, foi alvo de contestações por dirigentes de diversos clubes federados.
A audiência pública na Câmara de Campo Grande é aberta à população e acontece às 9 horas desta sexta-feira.
Preso, Cezário foi levado para hospital
Preso desde o dia 21, Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, está internado no Hospital da Cassems, após sofrer princípio de infarto nesta quarta-feira.
Assim, não poderá acompanhar o velório da irmã, Maria Roza de Oliveira, que está sendo velada nesta quinta-feira (6), em Campo Grande.
Não há atualização sobre o estado de saúde de Cezário nesta quarta.
Corrupção no futebol de MS
Francisco Cezário, que comanda a entidade desde 1998, foi preso durante a Operação Cartão Vermelho, no dia 21 de maio. Na ocasião, os agentes também apreenderam R$ 800 mil em espécie – inclusive com notas em dólar – da residência de Cezário.
Conforme informações do Gaeco, o grupo liderado por Francisco Cezário realizava pequenos saques de até R$ 5 mil para não chamar atenção dos órgãos de controle. De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram identificados desvios que superaram os R$ 6 milhões.
Somente durante o cumprimento dos mandados nesta terça-feira foram apreendidos mais de R$ 800 mil, inclusive em notas de dólar. Revólver e munições também foram apreendidos.
Os valores eram distribuídos entre os integrantes da organização criminosa. O esquema se estendia também a outras empresas que recebiam altas quantias da federação. Assim, parte dos valores era devolvida ‘por fora’ ao grupo.
A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.