Inquérito para investigar denúncias contra a prefeita de Sidrolândia – município a 70 km de Campo Grande -, Vanda Camilo (PP), completa seis meses na mesa do PGJ (Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul), Romão Ávila Milhan Júnior.
A investigação depende do aval do chefe do MPMS (Ministério Público de MS), que está com a denúncia em mãos há mais de seis meses. Isso porque a instauração de procedimento investigatório contra prefeito municipal é de competência da PGJ. Ele também pode designar alguém para tal fim, por causa do foro privilegiado da sogra do vereador de Campo Grande, Claudinho Serra.
No entanto, a atual prefeita não conseguiu a reeleição no pleito deste ano. Ela ficou com 38,21% dos votos válidos e foi derrotada pelo candidato do PL, Rodrigo Basso, que obteve 61,27% da preferência do eleitorado e irá administrar o município a partir do ano que vem.
Com isso, Vanda Camilo irá perder o foro de prefeita e o inquérito poderá ser ‘tocado’ por outro procurador de Justiça.
Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamaxas duas delações da Operação Tromper, que apura esquema de corrupção no município, citam o nome de Vanda. No entanto, os trechos dos interrogatórios com os delatores que tratam sobre a prefeita estão em sigilo total e só podem ser acessados pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e pela Justiça.
A reportagem acionou o MPMS para saber sobre o andamento da denúncia, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
A prefeita Vanda Camilo disse ao Jornal Midiamax que não está sabendo da existência da denúncia contra ela nas mãos do PGJ e preferiu não comentar. “Vale ressaltar que até no dia de hoje nunca recebi qualquer intimação que tenha o meu nome”, disse.
Investigação revelou grupo que fraudava licitações em Sidrolândia
A prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, se tornou alvo do grupo que fraudava licitações e desviava verbas públicas, segundo as investigações dos promotores de justiça. Mas, agora, depende do chefe deles, a continuidade da apuração envolvendo Vanda.
Após manifestações de moradores de Sidrolândia contra a prefeita Vanda Camilo, vereadores sob pressão chegaram a abrir CPI para apurar irregularidades. No entanto, as investigações foram enterradas uma semana após sua abertura.
Durante as investigações, foi descoberto que havia conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários. Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.