Militares de Mato Grosso do Sul estão trabalhando em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre; outros 193 animais de estimação também foram resgatados
A equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul trabalha ininterruptamente no resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul desde as 23h de sábado (4).
Os 9 militares do Estado, que se deslocaram de helicóptero e caminhonetes levando barcos do Corpo de Bombeiros, atuaram no primeiro dia de trabalho na cidade de São Leopoldo (RS), no Vale do Rio dos Sinos, na grande Porto Alegre (RS).
No primeiro relatório de trabalho dos militares de Mato Grosso do Sul, foram resgatadas 154 pessoas, todas elas com vida, além de 193 pequenos animais, entre gatos, cachorros e pássaros.
“Quando chegamos encontramos uma situação dramática, com regiões em colapso por causa da enchente”, relatou o capitão Rodrigo Alves Bueno ao Correio do Estado. “Atendemos muita gente, muitas pessoas em cima do telhado das casas, muitas delas com mobilidade reduzida, algumas outras com deficiência”, complementa.
Bueno ainda lembra que todas as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul foram levadas para pontos mais altos da cidade de São Leopoldo. “Nos estamos atuando, neste primeiro dia, no Bairro Campina”, informou.
Os bombeiros sul-mato-grossenses se dividiram em três equipes, que foram denominadas “Pantanal 1”, Pantanal 2” e “Pantanal 3”, de três militares cada um.
O trabalho deve continuar na noite deste domingo e avançar até a madrugada de segunda-feira.
Apoio
O grupo deixou Campo Grande na sexta-feira. Na ocasião, o governador Eduardo Riedel anunciou o apoio e ajuda ao estado do Rio Grande do Sul, que foi vítima de fortes de chuvas e enchentes ocorridas nos últimos dias. Ele conversou com o governador Eduardo Leite se colocando à disposição para contribuir no salvamento.
“Estamos conversando com o governador Eduardo Leite, oferecendo todo o apoio necessário. Mato Grosso do Sul está à disposição dos irmãos gaúchos e, neste momento, temos que ser solidários e apoiá-los incondicionalmente naquilo que for preciso, estender a mão”, afirmou o governador.
A tragédia no Sul
O Rio Grande do Sul chegou neste domingo à marca de 78 mortes em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da semana passada. Em meio à pior tragédia climática já vista no estado, com todos os serviços básicos afetados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai destravar obstáculos da burocracia para garantir o socorro às vítimas e prometeu ações de longo prazo.
As enchentes afetaram o acesso a saúde básica, a água potável, a energia elétrica, a telefonia, e os efeitos da chuva bloquearam algumas das principais rodovias gaúchas. O boletim do governo estadual diz que há 844.673 pessoas afetadas pela tragédia e danos em 341 municípios, o que representa mais da metade do estado.
Além disso, a operação de 110 hospitais foi afetada entre eles, 17 tiveram de suspender os atendimentos a pacientes, e 75 funcionavam apenas parcialmente, segundo a última atualização do governo estadual.
As mortes confirmadas mais do que dobrou em relação à última sexta-feira (3). Entre elas, porém, há quatro mortes em investigação para determinar se, de fato, foram causadas pelas chuvas.
Em viagem ao Rio Grande do Sul pela segunda vez em uma semana, o presidente Lula prometeu neste domingo a criação de um “plano de prevenção de acidente climático”.
“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça”, afirmou o presidente. O plano de prevenção, segundo Lula, deverá ser desenvolvido ministra Marina Silva (Meio Ambiente).