A defesa do homem, de 49 anos, acusado de matar a ex-esposa Mirele Conceição de Oliveira, de 35 anos, com golpes de facão em Aparecida do Taboado, a 457 quilômetros de Campo Grande, pede que o réu não passe por júri popular. O crime ocorreu em 23 de setembro de 2023.
Segundo apurado pelo Jornal Midiamaxo juiz de Aparecida do Taboado, André Ricardo deu sentença de pronúncia, em 30 de julho de 2024, determinando que o réu vá a júri popular, que julga os crimes dolosos contra a vida, como homicídio e feminicídio tentados ou consumados.
O réu responde por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
A defesa dele, no entanto, apresentou recurso contra essa decisão e alega que o crime se trata de uma lesão corporal seguida de morte, afastando o homicídio e todas suas qualificadoras. Dessa forma, não deve ser julgado no júri popular. O recurso foi apresentado no dia 2 de setembro.
Na última terça-feira (17), o juiz André Ricardo determinou que o processo seja enviado ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para julgamento do recurso. O ex-marido de Mirele segue preso.
Ó crime
Mirele voltava para casa na noite de 23 de setembro de 2023, em uma motocicleta, quando foi perseguida pelo autor. No cruzamento das Ruas Guanabara e São Jerônimo, na Vila São Jerônimo, o ex-marido – que também estava de moto – bateu na motocicleta dela, o que levou a vítima a cair no chão.
Então, o autor passou a esfaqueá-la na frente do filho de 11 anos dela. Para o crime, ele utilizou um facão e atingiu golpes nos braços, pescoço e dedos de Mireli. A vítima foi encontrada já sem vida, perto de casa.
O homem se entregou 30 dias após o crime. O casal teve um relacionamento de três meses, havia 6 anos. Um ano antes do feminicídio, autor e vítima reataram. O homem não aceitou o fim da relação e começou a ameaçar Mireli por mensagens no WhatsApp.
Mirele Conceição foi a 22ª vítima de feminicídio em 2023. O ano fechou com 30 mulheres assassinadas.