O produtor rural Cesar Gonzaga de Albuquerque cultiva soja em Santana do Araguaia, no Pará, e está na sua quinta safra. Presidente do Sindicato Rural do município, sua trajetória no agronegócio é inspirada em seus pais, que migraram da Paraíba para o Paraná no final da década de 60. No Sul, eles plantaram algodão, com o cultivo de quase 1.800 hectares.
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Um novo passo
Na década de 90, o pai do produtor decidiu se mudar para o Pará, onde adquiriu uma propriedade de 45 mil hectares. Atualmente, essa área foi reduzida para 9 mil hectares, dos quais 4,5 mil são destinados à agricultura. Cesar herdou 1.000 hectares de um tio que começou a plantar soja em 2008. Após o falecimento do pai em 2016, ele se reinventou e decidiu investir na cultura da soja.
Atualmente, o presidente tem uma média de produção de aproximadamente 64 sacas por hectare. No entanto, ele depara com alguns desafios. “No primeiro ano, plantei 500 hectares e, atualmente, cultivo 1.000 hectares, arrendando mais 2.500 hectares de um grande grupo na região. Minha meta é expandir e conseguir plantar até 4 mil hectares”, diz.
Contratempo
A safra de Cesar deste ano começou atrasada, com o plantio iniciado em 23 de outubro. Devido ao alto teor de argila do solo, superior a 40%, algumas áreas exigiram mais tempo de espera após as chuvas para evitar problemas de compactação. Recentemente, a propriedade recebeu mais de 100 milímetros de chuva e, atualmente, ele consegue trabalhar em apenas 30% da área. Seu objetivo é plantar entre 50% e 60% da safra até o dia 5 de novembro.
Tecnologias
Para maximizar sua produção, o presidente utiliza diversas tecnologias. Suas plantadeiras são equipadas com controle de taxa variável e desligamento de sessão, o que minimiza o desperdício de sementes. Ele aplica técnicas de subsolagem e usa fertilizantes e biológicos, garantindo um solo saudável e produtivo.
“Minhas plantadeiras têm um sistema que evita o remonte de sementes, permitindo um melhor controle nas cabeceiras”, explica. O sojicultor também está focado em análises de solo e na fertilização de precisão, com o intuito de aprimorar suas práticas agrícolas.
De olho no futuro
Com a intenção de diversificar sua produção, o produtor planeja introduzir algodão em sua rotação, mas isso depende de parcerias e viabilidade técnica. “Acredito que, com dedicação e tecnologia, posso superar as dificuldades e contribuir para o futuro da agricultura na minha região”, conclui.
Desafios no campo
Ele relata que um dos grandes desafios técnicos que enfrenta é a plantabilidade em áreas de alto teor de argila. “Quando chove, preciso esperar a terra enxugar para evitar problemas de compactação. Além disso, a decomposição da palha de milho também tem demorado”, comenta.
Por fim, ele menciona que, no ano passado, conseguiu plantar 75% de sua área com milho, o que foi um marco para sua produção. Ele é adepto do uso de soluções biológicas no manejo de pragas e acredita que é possível intensificar suas práticas agrícolas nos próximos anos. “Meu objetivo é alcançar uma agricultura de precisão e melhorar ainda mais a saúde do solo e a qualidade das colheitas”, finaliza.