Um sonho escrito em uma folha de papel se tornou realidade para Alliffer, de 13 anos, diagnosticado com uma doença renal rara. Após anos de luta contra a cistinose nefropática, o garoto recebeu um transplante de rim apenas oito dias depois de deixar seu desejo na Árvore dos Desejos, durante uma visita ao Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS).
Em 2011, quando Alliffer tinha apenas seis meses de vida, ela começou a apresentar sintomas graves de desidratação.
A mãe de Allifer, Josy Gonçalves, enfrentou uma verdadeira maratona em busca de respostas, até que o diagnóstico de cistinose nefropática foi confirmado.
“Os médicos chegaram a desenganar ele. Foi o momento mais difícil da minha vida”, relembra Josy.
Sem tratamento disponível em Mato Grosso do Sul, mãe e filho viajaram regularmente a São Paulo por quase uma década, enfrentando uma rotina de consultas e tratamentos.
Em 2019, já em meio às dificuldades pela, Alliffer passou a ser atendido no HU da UFMS, em Campo Grande, onde encontrou suporte médico e emocional.
Com o agravamento da doença mesmo com o tratamento, os rins de Alliffer pararam de funcionar, obrigando-o a iniciar diálise peritoneal.
Quando seu organismo não respondeu mais ao tratamento, o menino passou a fazer hemodiálise três vezes por semana, enfrentando o cansaço físico e emocional com um sorriso no rosto.
“Ele sempre foi uma criança muito forte e alegre, mesmo com tudo o que enfrentava. Chegava às sessões de hemodiálise sorrindo, encantando a todos com sua fé e determinação”, lembra Josy.
Em 2023, Alliffer entrou na fila de transplante de rim e a espera se tornou um teste de paciência e esperança para mãe e filho.
O desejo que mudou tudo
No dia 30 de outubro de 2024, durante um passeio promovido pelo Humap ao Bioparque Pantanal, Alliffer fez um pedido especial na Árvore dos Desejos: “Quero ganhar um rim novo”.
O gesto emocionou todos ao seu redor, mas ninguém poderia imaginar que, dias depois, o sonho seria atendido.
Na madrugada de 8 de novembro, o telefone tocou: havia um rim compatível para Alliffer em Belo Horizonte (MG).
“Eu fiquei sem chão. Não sabia se chorava de alegria ou de nervosismo”, lembra Josy.
A cirurgia foi realizada na mesma noite na Santa Casa de Belo Horizonte e durou cerca de cinco horas. Quando o médico confirmou o sucesso do procedimento, Josy sentiu que renascia junto com o filho.
Um futuro de esperança
Hoje, Alliffer está se recuperando bem e não precisa mais de diálise. Com o novo rim funcionando perfeitamente, ele pode finalmente viver como qualquer criança da sua idade.
“É uma nova vida para ele e para mim. Depois de tanto sofrimento, ele pode finalmente ser apenas uma criança”, comemora Josy.