A semana foi polêmica na política de Mato Grosso do Sul, principalmente em assuntos relacionados a Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. Após ser preso, teve vereador apresentando atestado médico e parlamentares arquivando a abertura de uma comissão processante contra a prefeita da cidade, Vanda Camilo (PP).
Na sessão do último dia 30 de abril, o vereador Carlos Henrique Olindo (PSDB) requereu o arquivamento do requerimento que resultou na abertura de comissão processante contra a prefeita Vanda Camilo. O requerimento foi votado e aprovado por maioria.
O parlamentar, que é filho de advogado que atua na defesa de ré da Operação Tromper, relembrou o requerimento apresentado em 16 de abril por Enelvo Felini Júnior (PSDB). Na semana seguinte foi votada a abertura da comissão, com 12 votos favoráveis.
Somente o vereador Gabriel Auto Car (PSD), citado na investigação, votou contra. Olindo afirma que o Legislativo não tem mecanismos suficientes para investigar o caso e que o inquérito não chega a citar diretamente a prefeita Vanda Camilo.
Por isso, caberia ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tal investigação e não à Câmara. Assim, o vereador pediu o arquivamento do requerimento de Enelvo.
Vereador alega estar ‘abalado psicologicamente’
Também nesta semana, o vereador Claudinho Serra (PSDB), que é genro da prefeita Vanda, poderia comparecer à primeira sessão na Câmara Municipal de Campo Grande após ter garantida a liberdade provisória, mas apresentou um atestado de saúde. Ele foi preso no dia 3 de abril na Operação Tromper, acusado de comandar um esquema de corrupção, e foi solto no dia 26 de abril.
Claudinho apresentou um atestado para o período de 30 dias. Assim, permanece afastado das funções após a especulação de que renunciaria ao cargo.
O presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), confirmou que recebeu o documento. Assim, o atestado alega abalo psicológico por parte do parlamentar, que ficou preso por 23 dias.
Carlão confirmou que as faltas de Claudinho são zeradas, marcando um retorno à Casa de Leis, mesmo que agora afastado com o atestado de saúde. Claudinho Serra faltou 7 sessões na Casa de Leis enquanto esteve preso preventivamente.
Apesar disso, o presidente relatou que o vereador terá que retornar, mesmo que remotamente, passados os 30 dias do atestado.
Entenda
Claudinho é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo.
Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.
Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).
A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.
Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.
A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.