Militares de Mato Grosso do Sul estão trabalhando em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre; até o momento nesta segunda-feira (06), foram resgatados mais de 300 pessoas
Em segundo dia de resgate, a equipe do Corpo de Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul resgatou de helicóptero, mais de 300 pessoas nesta segunda-feira (06).
Desde as 23h de sábado (04) a equipe trabalha ininterruptamente, com 9 militares do Estado que se deslocaram de helicóptero e caminhonetes, levando barcos da corporação para atuar na cidade de São Leopoldo (RS), e no Vale do Rio dos Sinos, em Porto Alegre (RS).
De acordo com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a aeronave da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), participou junto com outras aeronaves, do resgate de pessoas ilhadas e no transporte de 700kg de medicamentos enviados à cidades do interior do RS.
O helicóptero saiu de Campo Grande (MS) no fim de semana, e ontem (5) atuou no resgate de outras 450 pessoas.
Até a noite deste domingo (05), no primeiro relatório de trabalho do CBMMS, foi registrado o resgate de 154 pessoas, todas elas com vida, além de 193 pequenos animais, entre gatos, cachorros e pássaros.
“Quando chegamos encontramos uma situação dramática, com regiões em colapso por causa da enchente”, relatou o capitão Rodrigo Alves Bueno ao Correio do Estado. “Atendemos muita gente, muitas pessoas em cima do telhado das casas, muitas delas com mobilidade reduzida, algumas outras com deficiência”, complementa.
Bueno ainda lembra que todas as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul foram levadas para pontos mais altos da cidade de São Leopoldo. “Nos estamos atuando, neste primeiro dia, no Bairro Campina”, informou.
Os bombeiros sul-mato-grossenses se dividiram em três equipes, que foram denominadas “Pantanal 1”, Pantanal 2” e “Pantanal 3”, de três militares cada um.
O trabalho deve continuar até a madrugada desta segunda-feira (06).
Apoio
O grupo deixou Campo Grande na sexta-feira (03). Na ocasião, o governador Eduardo Riedel anunciou o apoio e ajuda ao estado do Rio Grande do Sul, que foi vítima de fortes de chuvas e enchentes ocorridas nos últimos dias. Ele conversou com o governador Eduardo Leite se colocando à disposição para contribuir no salvamento.
“Estamos conversando com o governador Eduardo Leite, oferecendo todo o apoio necessário. Mato Grosso do Sul está à disposição dos irmãos gaúchos e, neste momento, temos que ser solidários e apoiá-los incondicionalmente naquilo que for preciso, estender a mão”, afirmou o governador.
A tragédia no Sul
O Rio Grande do Sul chegou nesta segunda à marca de 83 mortes, 111 desaparecidos e 291 pessoas feridas em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da semana passada.
Conforme dados do levantamento da Defesa Civil, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas.
Em meio à pior tragédia climática já vista no estado, com todos os serviços básicos afetados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai destravar obstáculos da burocracia para garantir o socorro às vítimas e prometeu ações de longo prazo.
As enchentes afetaram o acesso à saúde básica, a água potável, a energia elétrica, a telefonia, e os efeitos da chuva bloquearam algumas das principais rodovias gaúchas. O boletim do governo estadual diz que há mais de 870 mil pessoas afetadas pela tragédia e danos em 364 dos 496 municípios, o que representa mais da metade do estado.
Além disso, a operação de 110 hospitais foi afetada —entre eles, 17 tiveram de suspender os atendimentos a pacientes, e 75 funcionavam apenas parcialmente, segundo a última atualização do governo estadual.
Em viagem ao Rio Grande do Sul pela segunda vez em uma semana, o presidente Lula prometeu neste domingo a criação de um “plano de prevenção de acidente climático”.
“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça”, afirmou o presidente. O plano de prevenção, segundo Lula, deverá ser desenvolvido ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
*Com Eduardo Miranda