Apesar de registrar faturamento de R$ 195 milhões em um ano e conseguir R$ 43,2 milhões em subsídios do município de Campo Grande e do Estado de Mato Grosso do Sul, o Consórcio Guaicurus já adiantou que não irá comprar novos ônibus. Somado a isso, houve reajuste na tarifa de ônibus em março, que passou de R$ 4,65 para R$ 4,75.
A afirmação foi feita pelo diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, ao Jornal Midiamax. “Nesse momento, nós não temos aquisição de novos ônibus. No momento adequado, nós teremos. Mas para esse ano ainda não”, pontuou.
O diretor foi questionado, também, se com os aumentos dos subsídios, que passaram dos cerca de R$ 37 milhões no ano passado para uma previsão de R$ 43,2 milhões em 2024. Isso representa um aumento de R$ 6,2 milhões, ou seja, sofreu um reajuste de 16,7%.
Questionado sobre o posicionamento dele em relação a um novo aumento da tarifa de ônibus ainda este ano, Rezende preferiu não se manifestar. “Para esse assunto temos um jurídico”, pontuou, deixando claro que o embate por um novo aumento da passagem de ônibus continuará na Justiça.
Subsídios e isenção de imposto
Apesar de oferecer serviço precário aos passageiros, com ônibus velhos e atrasos em linhas, o Consórcio Guaicurus obtém vantagens milionárias. Uma delas é o subsídio do poder público, que aumentou esse ano.
A prefeita Adriane Lopes sancionou nesta semana aumento do repasse ao Consórcio, que saltou de R$ 16 milhões para R$ 19 milhões ao ano. Assim, somado aos valores repassados pelo Estado, a cifra pode chegar a R$ 31,5 milhões neste ano.
Também já está em vigor a renúncia fiscal da prefeitura de Campo Grande sobre o pagamento do ISS (Imposto Sobre Serviço) por parte do Consórcio. Isso significa que as empresas de ônibus deixarão de pagar cerca de R$ 11.793.309,24 em impostos aos cofres públicos.
Diretor diz que só tira ônibus velhos das ruas se passe subir pela 2ª vez no ano
Os passageiros do transporte público de Campo Grande, que viram a tarifa subir de R$ 4,65 para R$ 4,75 em março deste ano, podem ter que amargar novo aumento ainda esse ano, se depender do Consórcio Guaicurus.
Essa é a condição imposta pelo diretor operacional da empresa, Paulo Vitor Brito de Oliveira, para que a concessionária retire de circulação ônibus velhos – com 12 anos de uso -, apesar de manter a frota renovada ser uma obrigação presente no contrato bilionário.
“A renovação da frota, que hoje o Consórcio está impedido de fazer, é pelo desequilíbrio econômico-financeiro do contrato”, disse ao Jornal Midiamax.
Questionado se ocorreria renovação da frota neste ano, o diretor do grupo respondeu que não há possibilidade de comprar novos veículos sem fazer o reajuste do valor que é repassado ao Consórcio Guaicurus. “A gente depende da implantação da tarifa técnica (de R$ 7,79)”, defendeu.