Com o Brasil sob os holofotes dos debates sobre mudanças climáticas reavivados em função das inundações que devastaram o Rio Grande do Sul, a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP) esteve na terça-feira (14) em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em evento que reuniu empresários norte-americanos e brasileiros para falar sobre o agronegócio e sua relação com a sustentabilidade.
Na manhã desta sexta-feira (15), em entrevista exclusiva ao Campo Grande News, Tereza revelou sua indignação com os “ataques’ ao setor agropecuário, que classifica “injustiçado’, e falou sobre o Projeto de Lei 4.129/2021, aprovado na quarta-feira (15), que traz regras gerais para adaptação à mudança do clima.
A senadora explicou que as diretrizes que estão sendo elaboradas com o projeto de lei vão nortear planos de adaptação às mudanças climáticas para reduzir a vulnerabilidade e a exposição a riscos. Isso vai exigir que as prefeituras e governos do País trabalhem em conjunto na elaboração de estratégias de desenvolvimento local.
O projeto leva em conta a atenção à diversidade dos biomas nas várias regiões do Brasil para conseguir uma integração entre os governantes municipais, estaduais e federal para obter avanço nesse tema.
“Temos que usar cada vez mais a ciência e acho que isso vai trazer a discussão e essa regulamentação vai acabar sendo discutida e sair do papel’, disse.
Tereza cita como exemplo o próprio Rio Grande do Sul, que tem regiões bem distintas, o Pampa, que é diferente da região dos vales e da grande Porto Alegre, na beira do Rio Guaíba. Da mesma forma o MS, que tem o Pantanal, a maior planície alagável do mundo e em outro extremo, a região Leste, aproveitada para florestas de eucalipto.
“Nós não podemos mais ficar com políticas macro, temos que descer para que cada um diga o que fazer e os municípios têm o que eu acho que é o elo mais fraco, porque nem sempre tem gente especializada, tem que estar muito ligado com o Estado. No nosso caso aqui, o Imasul tem que ser o norteador desses municípios para que isso funcione’, comentou a senadora, referindo-se ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.
Para a senadora, muitas pessoas que criticam o agro falam sobre assuntos que não conhecem, o que prejudica a imagem do País no mundo e não colabora com o debate. No EUA, ela buscou convidar os empresários e quem tem críticas a conhecer a realidade.
“Minha fala foi em torno desse agro que as pessoas precisam conhecer antes de atacar. Tem problemas, têm, mas a grande maioria do agro é responsável hoje por uma coisa que é injustiçado, na verdade, nos ataques que ele tem internamente e quando a gente ataca aqui, reflete lá fora e isso é muito ruim porque é um setor que traz segurança alimentar, segurança ambiental para o País e social. Então, acho que as pessoas precisam vir aqui conhecer e depois se tiver críticas, fazê-las conhecendo o que realmente o setor entrega para sociedade brasileira e para o mundo’, argumentou Tereza.
As discussões que colocam o agro como vilão no meio ambiente também são alimentadas pela “ignorância aproveitada por ONGs internacionais de concorrentes do agro brasileiro’, na avaliação da senadora.
“Nós fizemos uma CPI das ONGs e vimos de onde vem o dinheiro para atacar principalmente o agro. O que me deixa perplexa é que tem uma parte deste governo que ataca o agro de maneira insana até, porque ataca e não pode ser por ignorância, é por ideologia, que também, na minha opinião, está fazendo um grande mal para o nosso País’, reclama.