Vírus conhecido desde os anos 60 e com sintomas confundidos com o da dengue, a Febre do Oropouche tem registrado aumento de casos pelo Brasil e entrou no radar da Secretaria Estadual de Saúde (SES) em Mato Grosso do Sul.
Segundo a secretaria, foi publicado alerta epidemiológico sobre a vigilância da Febre de Oropouche em decorrência da circulação da doença em algumas regiões do país. “A SES reitera que o alerta serve para informar e orientar os 79 municípios de Mato Grosso do Sul acerca do agravo, mas nenhum caso foi registrado no Estado”, diz o comunicado.
Em geral, os surtos da doença eram na região Norte do País, mas em 2024 a Febre do Oropouche tem alargado seus territórios, com registros de casos em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina.
De acordo com o médico infectologista José Bampi, doutorando em Doenças Infecciosas e Parasitárias na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), MS tem o vetor e o vírus já foi identificado em animais silvestres. “Na Febre do Oropouche, vetor não é o Aedes aegypti, mas o mosquito-pólvora. Enquanto o Aedes tem um centímetro, pólvora tem um milímetro, três milímetros”.
A maior circulação da Febre do Oropuche é creditada às mudanças climáticas, pois o aumento das temperaturas influem na disseminação dos mosquitos. “A doença é muito parecida com a dengue, mas mais branda. Tem duração de sete dias, com dor de cabeça, febre, mal estar, lesão na pele”, afirma o infectologista. Contudo, na forma grave, pode evoluir para meningite.
O mosquito-pólvora se reproduz na matéria orgânica em decomposição. Por isso é importante deixar os terrenos limpos. Quanto aos hábitos, ele circula preferencilamente no começo da manhã e fim da tarde. As medidas de proteção incluem uso de roupas que protejam mais áreas do corpo, como manga longa, e repelentes que contenham DEET ou icaridina.
Amostras negativas para dengue, zika e febre chikungunya também são testadas para a Febre do Oropouche.