Alvo da Operação Forasteiros, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), nesta quinta-feira (26), em Campo Grande, Odiney de Jesus Leite Júnior, preso na operação, operava o jogo do bicho na Capital.
Informações obtidas pelo Midiamax são de que Odiney e outra pessoa conhecida como ‘Macauly’ teriam recebido um empréstimo de Juruna em São Paulo para abrirem o jogo do bicho em pontos que o grupo dos Name havia deixado vago após a Operação Omertà.
Odiney era um dos alvos da operação que cumpriu mandados em Campo Grande e Aquidauana e também em São Paulo, Pompéia, Marília e Araguaína, no Tocantins. Foram sete mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão.
O grupo MST liderado por Odiney, conhecido como ‘Barba’ era concorrente do grupo supostamente liderado pelo deputado Neno Razuk, que foi alvo em 2023 da operação Sucessione. Em agosto deste ano, um perito da Polícia Civil foi denunciado por fazer ameaças a uma família que trabalhava para o grupo rival.
Mais de 1 mil bancas
Segundo informações, a organização criminosa teria estabelecido mais de mil bancas de apostas e arrecadado mais de R$ 5 milhões por mês durante todo o período que operou na Capital. Foram nove meses de investigação, segundo o Gaeco.
A investigação revelou a atuação de uma organização criminosa autointitulada ‘MTS’, cujas lideranças são originárias do estado de São Paulo, mas que se instalaram em Campo Grande para explorar o jogo do bicho e as chamadas máquinas caça-níqueis, praticando, ainda, outros crimes correlatos.
Guerra pelo jogo do bicho
Desde julho deste ano, o Midiamax vem denunciando a guerra pelo jogo do bicho, onde servidores públicos estaduais da segurança pública estariam envolvidos. Em agosto, um perito da Polícia Civil foi denunciado por fazer ameaças a uma família que trabalhava para o grupo rival.
De acordo com a denúncia que o Jornal Midiamax teve acesso na época, a tática, que não é nova, estaria usando a atuação policial na repressão à contravenção como forma de ‘pressionar’ os anotadores e coletores a aceitarem a nova direção, supostamente ligada ao deputado estadual Neno Razuk (PL).
MPMS não informa que fim levou investigação sobre Neno Razuk
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ligado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), também foi questionado sobre o desfecho para investigações que implicaram o deputado Neno Razuk com a briga pelo jogo do bicho em Campo Grande.
O MPMS também foi acionado pela reportagem do Jornal Midiamax sobre as novas denúncias que implicam servidores públicos da segurança pública na guerra do jogo do bicho na capital de MS. Até o momento, não houve respostas.
No ano passado, o Gaeco deflagrou a Operação Sucessione, que prendeu de major da PM aposentado a estudante de medicina, em dezembro de 2023. A ação teve três fases, mas ninguém mais informou a quantas andam as investigações ou denúncias.