A recente convenção do PSDB em Dourados, realizada no último fim de semana, foi marcada por desorganização e um clima do mais puro suco de constrangimento entre os participantes. O evento, que deveria demonstrar a força tucana na cidade, acabou se tornando um palco de críticas, gerando repercussões negativas tanto internamente quanto entre os eleitores.
A deputada Lia Nogueira, do próprio PSDB, por exemplo, não poupou críticas à organização do evento. Em mensagens enviadas para um grupo de política local, Lia expressou sua insatisfação e questionou a capacidade do partido de administrar a cidade, dado o fracasso em organizar uma simples convenção. “Como nós podemos cuidar de uma cidade como Dourados se nós não conseguimos sequer fazer o básico, que é uma convenção organizada?”, indagou Lia, que relatou ter recebido diversas mensagens de reclamação de apoiadores. Entre essas mensagens, destacou-se um áudio de uma eleitora do PSDB, onde a insatisfação com a desorganização foi claramente manifestada.
Além das críticas de Lia Nogueira, outro ponto de destaque foi a postura do casal Rodolfo e Gianni Nogueira, do PL. Durante a convenção, ambos pareciam tentar se manter longe dos holofotes, como se estivessem “acuados”, em uma tentativa de se esconder por estarem ao lado de figuras tradicionais da política, como Nelsinho Trad e Zé Teixeira. Essa atitude contradiz o discurso anteriormente adotado pelo casal, que jurava não apoiar tais figuras e se opunha a alianças com partidos do Centrão ou ligados ao PT. A presença de Gianni Nogueira como vice na chapa de Marçal Filho (PSDB) evidencia uma reviravolta na narrativa do PL, demonstrando que, para conquistar poder, alianças antes repudiadas agora são aceitas.
A tentativa de Rodolfo Nogueira de inserir sua esposa na política, em um movimento similar ao de outros políticos que promovem familiares a cargos públicos, também chama a atenção. A prática, comumente criticada pela direita, é agora replicada por aqueles que antes se opunham. Tamanho foi o constrangimento dos envolvidos, que sequer publicaram fotos da convenção em suas redes sociais. Aliás, fotos da convenção se tornaram raras e nem nos grupos de WhatsApp foram vistas.
Essa mudança de postura e a incoerência entre discurso e prática podem custar caro ao PSDB e ao PL em Dourados. A desorganização da convenção e as críticas públicas de membros do partido são indicativos de uma campanha que começa com o pé esquerdo. Resta saber como o eleitorado de Dourados, especialmente os de direita, reagirá a essas contradições e se isso influenciará suas decisões nas próximas eleições.
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