Se você nunca ouviu por ser novo, com certeza seus pais já ouviram a famosa música ‘YMCA’, da banda Village People, com seu memorável vídeo que mostra um grupo de dançarinos ostentando bigodes enquanto dança com fantasias de couro coladas ao corpo, em 1978.
O curioso é que essa música, que mais tarde foi “abraçada” pela cultura gay ao redor do mundo, se transformou no tema de posse do presidente Donald Trump, eleito nos Estados Unidos e que tem um discurso na contramão da política para comunidades LGBTQIAPN+.
Durante comícios e cerimônias pós-Trump, ele fez questão de que a música fosse tocada. Resultado disso foi que o grupo Village People participou ao vivo de um evento minutos antes da posse do 47º presidente dos EUA, nessa segunda-feira (20), com direito à coreografia oficial do clipe.
O hit pop animado incentiva jovens rapazes a frequentarem a Young Men’s Christian Association (Associação Cristã de Moços), que surgiu no século 19 e reuniu milhões de associados.
Acontece que, pela estética do grupo no clipe, e pelo traje da letra ter sido interpretada com duplo sentido por muita gente, a música foi associada à “pegação” homossexual.
O refrão sugestivo contribuiu para essa fama: “É divertido ficar no Y.M.C.A./ Eles têm tudo para os jovens se divertirem/ Você pode sair com todos os garotos”.
Mas, como o próprio compositor Victor Willis já afirmou, o hit não trata-se de um hino gay!
Como a música foi escolhida por Trump?
Apesar de uma certa ‘contradição’ nesse cenário, já que mesmo escolhendo um hino com fama homossexual, Trump tem discursos contra a comunidade LGBTQIAPN+, há uma explicação plausível para a escolha da música.
No discurso de posse, por exemplo, ele afirmou que quer por fim à política de incorporar socialmente raça e gênero nos aspectos da vida pública e privada.
“Vamos forjar sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino”, afirmou.
Por isso, é que a explicação para a escolha da canção de Village People não está ligada à questões de abertura às comunidades homossexuais, mas pode ser explicada pelo fato de que em 2020, a música foi certificada como “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativa” pelo Registro Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso dos EUA.
Ou seja, não era mais vista como subversiva ou picante e sim como uma celebração para todos, uma forma de diversão em grupo.
Enquanto isso, a banda vê seu hit voltar ao topo das paradas de sucesso após mais de 40 anos de seu lançamento.
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