Os roubos de cadáveres ocorridos no último sábado (18), no cemitério municipal São Vicente de Paula, em Ponta Porã, podem resultar em processo de prática de intolerância religiosa para internautas de Dourados, a partir de comentários feitos nas redes sociais.
“Devem ser os macumbeiros para fazer algum trabalho de destruição”, disse um dos usuários das redes. “(…) sim e ainda come carne humana”, comenta outra conta assinada por uma empresa e que logo em seguida foi apagado.
“Sua intolerância religiosa (QUE É CRIME) já foi vista! Lamentável, com ctz vários macumbeiros vão até seu estabelecimento, e aí? Vai tratar mal somente pela nossa religião? Aliás, tenho ctz, que nenhum macumbeiro vai pisar no seu estabelecimento! Que Exu te guarde!”, responde outro perfil do Instagram.
Procurado pela reportagem Jornal Midiamax sobre os comentários de intolerância religiosa, o promotor de Justiça João Linhares disse que já fez uma denúncia formal enquanto cidadão para que a polícia investigue o caso.
“A internet virou infelizmente uma terra arrasada em que quase todas as matérias que nós vemos há comentários absolutamente impertinentes e desairosos. Já repassei a situação para o delegado regional de Polícia Civil com base no artigo 20 da Lei número 7.716/1989”, explica Linhares à reportagem do Jornal Midiamax.
O promotor também sugeriu que os órgãos midiáticos façam um trabalho de filtro e também de prevenção para evitar esse tipo de prática entre os leitores mal-intencionados que utilizam as redes sociais para propagar discursos de ódios.
Entenda o caso
Os corpos de um bebê e de uma adolescente de 12 anos foram furtados do cemitério de Ponta Porã, no sábado (18). Três túmulos foram danificados.
Conforme informações, a adolescente havia sido sepultada há 15 dias, quando teve o corpo furtado. Ainda de acordo com informações, outros dois túmulos de bebês foram violados. Assim, o vigia do cemitério foi quem encontrou as covas abertas, por volta das 6 horas da manhã deste domingo.
A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas, assim como a Polícia Civil. Por fim, o caso acabou registrado na delegacia de Ponta Porã como destruição, subtração ou ocultação de cadáver.