Em meio a procura por dicas como chás milagrosos e opções naturais para evitar a contaminação da bactéria que causa coqueluche, trazemos explicação de um especialista para lembrar que existe apenas uma forma de evitar a doença: com a vacina.
Segundo o professor de Pediatria do Centro Universitário São Camilo, Marcelo Iampolski, a coqueluche é uma doença que já havia apresentado queda significativa no país devido à cobertura vacinal.
Entretanto, por ser uma doença cíclica, que ocorre em intervalos de três a cinco anos, há aumento esperado no número de casos periodicamente. Em meio às notificações de diagnósticos por coqueluche, principalmente em São Paulo, o especialista pontua que a melhor saída é a vacina.
“A prevenção é feita por meio da vacinação dTpa para adolescentes e adultos. Nos bebês, devem ser aplicadas no mínimo três doses da vacina pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B), com reforço aos 15 meses e segundo reforço aos 4 anos com a tríplice bacteriana (DTP)”, explicou.
Além disso, gestantes também devem receber uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa), a partir da 20ª semana de gravidez.
Coqueluche é uma doença bacteriana
Segundo Marcelo, a bactéria Bordetella pertussis é responsável pela coqueluche, que pode ser transmitida por objetos ou gotículas de tosse e espirros, sendo especialmente perigosa para bebês que ainda não foram completamente vacinados.
Além de bebês, crianças pequenas e adultos podem desenvolver a doença de forma mais leve. A patologia tem curso prolongado, podendo durar de semanas a meses.
Geralmente, os sintomas ocorrem em três fases: catarral (semelhante a um resfriado), paroxística (tosse intensa) e convalescente (recuperação gradual).
O inverno é a estação do ano marcada por baixas temperaturas, aumento da umidade do ar e mudanças bruscas de clima. Esses fatores criam um ambiente propício para o surgimento e a propagação de diversas doenças, principalmente as bacterianas e virais.
“Nesse contexto, é comum as pessoas ficarem em lugares fechados e sem muita ventilação. As crianças são as mais vulneráveis a ter infecções respiratórias, devido à falta de maturidade do sistema imunológico”, disse o especialista.
Casos de coqueluche em MS
Em meio ao aumento dos casos em São Paulo, Mato Grosso do Sul se mantém em alerta, considerando que os estados são vizinhos. Municípios como Três Lagoas, Bataguassu, Paranaíba, Aparecida do Taboado e Selvíria estão na área de divisa.
Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), em 2023, MS registrou quatro casos de coqueluche. Nos dois anos anteriores, não houve registros.
Em 2024, apesar de 12 casos suspeitos, não há confirmação. A SES informou ainda que realiza capacitações para os coordenadores da vigilância epidemiológica e imunização municipais, além de estratégias para ampliar a cobertura vacinal.
Imunização
Ainda segundo a SES, o imunizante contra Coqueluche é a única forma de prevenção contra a doença e está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).
No Estado, a vacina está disponível para as crianças na rotina de vacinação com a Pentavalente, aplicada aos 2, 4 e 6 meses. Já o reforço acontece com a vacina DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche) aos 15 meses e 4 anos da criança.
Em Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também orienta a população quanto à importância da prevenção por meio da vacina.
“O município reitera a importância de manter a caderneta vacinal em dia e faz um apelo aos pais e responsáveis para que não deixem de vacinar as crianças”, afirmou a Sesau em nota nesta quinta-feira (11).
Neste sábado (13), o imunizante está disponível no plantão de vacinação da Sesau, em três endereços: na Associação dos Moradores do Setor III no Aero Rancho; no Supermercado Pires da Moreninha II; e na USF Tiradentes. No domingo (14), também há plantão, na USF Tiradentes e no Shopping Norte Sul.
Sintomas
Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:
- Mal-estar geral.
- Corrimento nasal.
- Tosse seca.
- Febre baixa.
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada.
- A tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração.
- A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.
Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis e 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso.
É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.
As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, ficam frequentemente internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.
Fonte: Midiamax