Segundo boletim diário desta terça-feira (09), incêndios ainda estão atingindo o bioma e bombeiros devem seguir no local para prevenir o surgimento de novos focos
O Pantanal segue sofrendo com as queimadas no bioma, pelo menos é isso que foi divulgado no boletim diário desta terça-feira (09) da Operação Pantanal. Felizmente, a quantidade de focos segue em queda e hoje apresenta apenas uma área com fogo, mas profissionais irão continuar no local para prevenção e monitoramento.
Segundo o boletim, o incêndio ativo está localizado no norte de Corumbá, próximo ao Rio Paraguai, no Paraguai Mirim. A aeronave KC-390, helicóptero da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA) e oficiais no combate às queimadas seguem monitorando o local em busca de conseguir controlar o foco na região.
Porém, a grande conquista de ontem, segunda-feira (08), para esta terça foi conseguir controlar o foco na região sudeste de Corumbá, do qual havia estava ativo desde o dia 22 de junho e passou por momentos de estabilidade, mas voltava a se propagar devido às variações de ventos intensos que permeiam o local. Mas, mesmo controlado, a área seguirá tendo a presença de profissionais e equipamentos auxiliares, a fim de evitar a volta do foco.
Ademais, todo o Pantanal segue em acompanhamento diário, já que as mudanças climáticas na área causa instabilidade no controle de focos de incêndio e algumas regiões podem voltar a apresentar queimadas. A chegada do frio e precipitações na região ajudaram os militares a praticamente zerar o fogo na região.
Ao todo, até dia 2 julho, cerca de 566 mil hectares do bioma foram atingidos e é importante ressaltar que o Pantanal tem 9 milhões de hectares, que se estendem pelo Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraguai e Bolívia.
MONITORAMENTO
O monitoramento de área queimada vem sendo atualizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Inclusive, os dados históricos medidos desde 2012 mostraram que o mês de junho de 2024 foi o mais devastador em termos de área queimada pelos incêndios, com 406.750 hectares atingidos.
E mesmo com todo esse cenário de danos por conta do fogo e o empenho em combater os incêndios, não houve indicativo que as chamas ficaram controladas no Pantanal empregando somente o aparelhamento humano.
O coordenador do Prevfogo/Ibama no Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, reconhece que a complexidade de combate torna a “guerra” contra os incêndios desafiadora.
“A grande dificuldade no Pantanal é a logística para o combate. Chegar na linha do fogo, permanecer na linha do fogo, ter um local para os combatentes possam se alimentar, possam pernoitar, possam descansar minimamente. O cenário de alta temperatura, baixa umidade do ar, dificuldade de acesso complica todo o trabalho. E cada fogo é um cenário diferente. Tudo isso exige que os recursos estejam muito bem organizados para que a gente tenha a efetividade no combate do incêndio”, afirmou Yule.
O presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Angelo Rabelo, completa que as condições climáticas, de fato, tornam-se complicadoras ou um “reforço” importante para ganhar do fogo após ele sair de controle no Pantanal.
O Instituto mantém uma brigada permanente para atuar na prevenção em uma região que forma um corredor de biodiversidade de quase 300 mil hectares e que compreende parte da Serra do Amolar, ao norte de Corumbá.
“O fator climático pode ser um complicador, com ventos norte (norte-sul) que ajudaram a espalhar o fogo. Já o vento sul (sul-norte) faz as temperaturas abaixarem. Além disso, toda a estrutura que chegou (em 28/6) permite haver o controle (dos incêndios). Mas temos que ficar prontos, pois historicamente temos meses mais críticos a partir de agosto. O que está sendo mostrado é que o município de Corumbá precisa ter uma estrutura, com sala de situação, aeronaves para enfrentamento”, ponderou.
PANTANAL – Estrutura de combate a incêndios (a partir de 28/06/24)
- 193 profissionais do Ibama e ICBMBio para o campo
- 92 militares da Marinha (6º Comando do Distrito Naval)
- 80 bombeiros de MS com diárias pagas pelo Ministério da Justiça
- 134 brigadistas do Ibama
- 82 integrantes da Força Nacional
- 4 aviões lançadores de água Ibama e ICMBio
- 3 helicópteros do Ibama e ICBMBio
- 1 avião da FAB lançador de 12 mil litros de água (KC-390)
- 2 helicópteros do Exército
- 1 helicóptero da Marinha
- 1 helicóptero da FAB
- 1 avião FAB transporte brigadistas (Caravan C-98)
- 8 embarcações da Marinha, Ibama e ICMBio
- 466 bombeiros de Mato Grosso do Sul
- 39 veículos estaduais (caminhonetes, caminhões, lanchas); apoios diferentes de fazendeiros atingidos
*Colaborou Rodolfo Cesár
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