A Rua Planalto, no Jardim TV Morena, está interditada na manhã desta quinta-feira (15) para um mutirão de limpeza próximo à casa de José Fernandes da Silva, de 54 anos, conhecido como o “Acumulador da Rua Planalto”, preso na terça-feira (13) pelos crimes de exposição ao risco à saúde.
Equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), maquinários e caminhões-caçamba se mobilizam na limpeza da calçada. A vizinhança reclamava constantemente de lixo, fezes de animais, matagal e até uma tenda instalada para uso de pessoas em situação de rua no local.
Agora, as calçadas já estão limpas. Entretanto, ainda há uma grande quantidade de acúmulos de diversos tipos de itens nas janelas e grades da casa do morador, como toalhas, pneus e até um botijão de gás.
Diversos contratados da Sisep fazem parte do mutirão, que promete deixar tudo limpo e dar alívio aos vizinhos nesta quinta-feira.
‘Alívio’
Vizinhos acompanharam a movimentação da limpeza desde as 8h desta manhã. Segundo uma moradora próxima, a situação é insustentável há quatro anos. O acúmulo de sujeira exala cheiro e infestação de insetos. Até mesmo galinhas eram deixadas na calçada e dentro da residência.
Ainda segundo ela, o casal costuma ligar o som alto o dia todo. Contudo, a mania persiste mesmo com a prisão de José. A moradora relata que a limpeza eleva a sensação de alívio, pois o convívio com o “lixão” era exaustivo.
“Espero que a situação não volte ser a mesma depois dessa limpeza e da prisão dele. Recentemente, ele teve um problema com o vizinho dos fundos, começou a jogar entulho e estacionar carros. O dono do terreno foi multado e teve que cercar”, descreve.
Conforme a vizinha, a limpeza não se restringe à calçada, mas também está sendo feita dentro da residência. “É um cheiro terrível, uma situação insustentável”.
Protestos
José é conhecido há muito tempo na região, e na cidade, por espalhar lixo, cartazes e todo tipo de resíduo na frente de sua casa.
Quase um mês atrás, José aceitou conversar com o Jornal Midiamax para explicar o motivo de suas ações. Ele contou que tudo começou em 2006, quando recebeu uma notificação judicial de desapropriação de seu terreno de 1 mil metros quadrados, localizado entre a Rua Rolândia e a Avenida Fábio Zahran.
Segundo ele, a área foi desapropriada para a construção da Avenida Fábio Zahran, que naquela época, era chamada de Via Morena.
A princípio, mesmo discordando da decisão, José concordou com a desapropriação, desde que houvesse garantias de que ele receberia um novo terreno ou o valor correspondente à área desapropriada.
Prisão
Para a polícia, as ações “expõem a integridade física dos vizinhos e de passantes a risco físico, aumenta o potencial risco de doenças como leishmaniose e dengue, e torna a área imprópria para a ocupação”.
Inúmeras tentativas foram feitas para que José resolvesse a situação e parasse acumular lixo no local. Até uma tenda foi levantada na calçada, e estava sendo usada por usuários de drogas e pessoas em situação de rua, aumentando os problemas na região.
*Com colaboração de Clayton Neves e Liana Feitosa.
Fonte: Midiamax