Com o nível do Rio Paraguai baixo e a possibilidade de paralisação da navegação no Rio Paraguai, a Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação (Adecon) encaminhou ofício ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) pedindo prioridade para liberação da autorização para a dragagem emergencial do rio, em Corumbá.
Conforme o ofício, já há um processo de dragagem emergencial de manutenção de passos críticos do rio Paraguai Tramo Sul, que localiza-se entre Corumbá e a foz do Rio Apa, em Mato Grosso do Sul, com quase 600 quilômetros de extensão. O processo de autorização foi aberto no dia 7 de julho, ainda sem decisão.
O presidente da Adecon, Adalberto Tokarski, afirma que há “enorme risco de parar a navegação no tramo sul”, sendo necessária, de forma emergencial, uma dragagem de manutenção em alguns passos do rio e que foi feito um pedido diretamente ao presidente do Ibama, Rodrigo Antônio de Agostinho Mendonça, para que o pedido tivesse prioridade e um posicionamento rápido.
A dragagem é uma técnica que consiste na limpeza, desassoreamento, alargamento, desobstrução, remoção, derrocamento ou escavação de material do fundo de rios, lagoas, mares, baías e canais.
Ainda sem resposta, a Adecon frisa que a situação é emergencial e, neste caso, os procedimentos devem ter um tratamento diferenciado.
“Até porque temos uma janela muito curta, pois todo o processo de contratação, mesmo que de forma emergencial, junto com o deslocamento de draga, leva tempo”, diz Tokarski no ofício.
Conforme dados da Adecon, de janeiro até maio de 2024, as empresas transportaram 50% menos carga que no mesmo período que o ano anteriordevido ai baixo indíce do rio, que afeta a navegabilidade.
A nota também cita que empresas de navegação bolivianas e paraguaias estão paralisando o transporte de combustível, pelo rio Paraguai, para a Bolívia.
“Isso é mais uma componente da emergência que já assola o oeste do Brasil e agora a própria Bolívia. Naquela região o único canal de acesso é via rio Paraguai e o canal Tamengo, e impacta a sociedade brasileira de igual forma. A postergação na liberação da dragagem de manutenção, no tramo sul do rio Paraguai, certamente nos trará em breve novas péssimas notícias, quanto ao impedimento das empresas de navegação para realizarem o transporte para a subsistência da Bolívia e do oeste Brasileiro. Isso tudo impactará fortemente a grande região brasileira que margeia o rio Paraguai, com prejuízos para toda sociedade, suas prefeituras e o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul principalmente”, diz o ofício.
Desta forma, foi solicitada a priorização para a liberação de autorização para a dragagem emergencial no Rio Paraguai.
Situação emergencial
No fim do ano passado, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, já habia dito que a a navegabilidade na Hidrovia do Rio Paraguai, que depende de ações de dragagem pelo governo federal, é uma situação emergencial.
Ele elencou os desafios de aumentar a capacidade de uso múltiplo da hidrovia.
“Temos desafios que vão da liberação da licença por parte do Ibama para fazer a dragagem do rio até mesmo de certificação fitossanitária internacional. Além disso temos necessidade de ter mais portos e para isto já estamos trabalhando”, explicou, durante o evento “Circuito Nacional dos Diálogos Hidroviáveis”, promovido pela Adecon, onde foi palestrante.
Outro ponto enfatizado pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc, é o recurso do Novo PAC, de R$ 95 milhões, para custear a dragagem de três trechos do Rio Paraguaientre Corumbá e Porto Murtinho.
“Esse trabalho deve ser concentrado no Tramo Norte do Rio e precisamos também no Tramo Sul”, comentou, na ocasião.
Usina libera água
Conforme reportagem do Correio do Estado, a Usina Hidrelétrica de Manso, nos municípios de Chapada Guimarães e Nova Brasilândia, em Mato Grosso, liberou volume extra de água ao longo de três semanas a partir do final de junho e isso pode evitar que o Rio Paraguai enfrente neste ano o nível mais baixo desde o início das medições, em 1900.
O aumento na vazão ocorreu entre os dias 27 de junho e 18 de julho e por conta disso o nível do Rio Cuiabá, o principal tributário do Rio Paraguai, chegou a subir 70 centímetros em plano período de estiagem extrema.
O reflexo desta vazão aos poucos começa a ser percebida na régua de Ladário. Nos últimos 13 dias o nível em Ladário recuou apenas seis centímetros, o que é menos de meio centímetro diário. No dia 13 de julho estava em 72 centímetros. Nesta quinta, em 66 centímetros.
Nos 13 dias anteriores o nível havia caído 22 centímetros, representando uma média diária de 1,7 centímetro. Ou seja, se não fosse a água extra, o rio já estaria na casa dos 50 centímetros nesta semana em Ladário.
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