A continuidade de implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III) da Petrobrássituada em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, foi aprovada pelo Conselho de Administração da empresa na última sexta-feira (25).
De acordo com a companhia, a decisão é fundamentada com base no Plano Estratégico 2024-2028, tendo sua atratividade econômica confirmada.
A unidade estava hibernada desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou no ano passado, em função da aprovação do retorno da companhia ao segmento de fertilizantes.
Assim, a Petrobrás dará início aos processos de contratação para retomada das obras da unidade. O investimento estimado para conclusão é de, aproximadamente, R$ 3,5 bilhões. A companhia prevê que a fábrica comece a operar em 2028.
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para a Petrobras. Estamos retomando os investimentos nesse segmento, a partir de estudos de viabilidade técnica e econômica, com o objetivo de ampliar nosso mercado de gás e contribuir para a redução da dependência da importação de fertilizantes no Brasil”, afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
De acordo com o diretor de Processos Industriais da empresa, William França, “com o aumento da oferta dos produtos gerados na UFN-III e a sua localização privilegiada, próxima aos principais consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, estamos seguros da importância da unidade para a região e o país”.
Produção de fertilizantes da unidade
O projeto da UFN III prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia.
A unidade atenderá, majoritariamente, os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. Segundo a empresa, a localização estratégica da fábrica traz confiabilidade quanto ao abastecimento dos produtos, uma vez que a demanda mostra tendência de crescimento.
Atualmente, a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada atualmente.
O milho é cultura que mais demanda esse tipo de adubo no Brasil, mas o produto também é utilizado no cultivo de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, entre outros.
A Petrobrás espera que a ureia fabricada na UFN-III também seja destinada ao segmento da pecuária, usada como complemento alimentar para animais ruminantes.
A decisão da Petrobrás vem na esteira da aprovação do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados na semana passada.
O objetivo é que a proposta beneficie a indústria de adubos a partir dos próximos meses e reduza os custos de produção, visto que o aumento da tensão no Oriente Médio leva o Brasil a aumentar as importações dos produtos.