Dirigentes dos clubes de futebol de Mato Grosso do Sul querem criar um novo estatuto com pelo menos 11 mudanças para impedir que novas diretorias se perpetuem décadas no poder, como aconteceu com Francisco Cezário, afastado do comando da entidade após ser preso. Audiência pública realizada nesta sexta-feira (7) na Câmara de Campo Grande reúne clubes e a atual direção da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).
Interventor nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Estevão Petrallás foi à audiência e falou com a imprensa sobre as críticas dos dirigentes dos clubes.
Petrallás afirma que não fez mobilização para ser nomeado interventor, ele diz que “ninguém gostaria de assumir a federação nesse momento crítico, combalido e arriscado. Só quer estar à frente aqueles que querem a presidência em benefício próprio”, disparou.
O interventor também se defende afirmando que apesar de sua ligação com o Operário Futebol Clube, as ações nesse período de intervenção na FFMS serão “para todos os clubes”.
Na tribuna, em fala para os dirigentes, Petrallás pediu “paz” para trabalhar.
“Faço um desafio aqui, me deem uma chance, me deem paz para eu trabalhar 90 dias. Que eu venho aqui e mostro o que eu fiz. Nesses 15 dias apanhando eu atendi mais de 100 taxas de inscrição de jovens atletas. Estou muito certo de que vou poder ajudar”, disparou o interventor.
Sobre a assembleia convocada por clubes nesta sexta para discutir se nova diretoria será eleita, mesmo com a nomeação de interventor, Petrallás diz não acreditar que será retirado do cargo.
Clubes querem novo estatuto para barrar reeleições
Presidente do clube Portuguesa, Gilmar da Silva disse ao Midiamax que a proposição de um novo estatuto é uma prioridade dos clubes.
“Acho que nós presidentes dos clubes estamos unidos para mudanças, para que não tenha uma diretoria que se perpetue por tanto tempo, como ocorreu agora em 28 anos o mesmo presidente”.
O cartola também afirma que a nomeação de Petrallás como interventor foi um “prejuízo para o futebol de MS”.
Presidente do Costa Rica, André Baird afirma que a mobilização dos clubes é total para que um novo estatuto seja redigido. Na visão dele, a decisão da CBF sobre Petrallás no comando interino da FFMS precisa ser respeitada.
“Temos que começar respeitando, mas a gente vai se reunir e o que a maioria decidir nós vamos fazer acontecer”, disse.
Justiça Desportiva quer 11 mudanças no futebol de MS
Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva, órgão administrativo ligado à FFMS, Fernando da Silva apresentou na audiência desta sexta-feira 11 pontos que devem ser discutidos para serem apresentados como mudanças no futebol do Estado. São elas:
- Alteração e atualização do estatuto da federação.
- Redução de mandatos.
- Redução do número de membros da diretoria.
- Reformulação do departamento de competições com a população na organização dos campeonatos.
- Colocar a federação a serviço dos clubes federados.
- Parceria entre o estado e município para reformar, administrar e depois gerir o morenão.
- Patrocínio do estado e de cada município que participa do campeonato.
- Participação de empresas privadas dando incentivo aos municípios e estado.
- Registro de clubes como formadores de atletas para buscar iniciativa privada como recurso financeiro.
- Atendimento direto quanto as necessidades dos clubes em relação à logística e disputa das competições.