Após quatro meses de combate aos incêndios em Mato Grosso do Sul, com reforço das Forças Armadas, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Corpo de Bombeiros e brigadistas, as 10 bases avançadas no Pantanal serão desmobilizadas. O fim do apoio, oficializado nesta quarta-feira (13), é favorecido pelas chuvas intensas em novembro e ameno nos focos de calor.
A Operação Pantanal II segue nos combates desde julho deste ano, devido ao período de estiagem e altas temperaturas. Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação adianta que até o fim do ano um novo planejamento de ações de prevenção contra incêndio no Pantanal deve ser formulado.
Conforme o secretário, as chuvas de novembro ainda devem amenizar o número de focos ativos, comparado a novembro do ano passado, que influenciaram na ampliação de combate. Neste ano, o fogo consumiu mais de 1,8 milhão de hectares da região pantaneira.
“Quando olhamos em 2020, conseguimos esse apoio entre o Governo Federal, Ministério da Defesa, Governo Estadual, Corpo de Bombeiros, Prevfogo, conseguimos achar um modelo de combate a incêndios florestais. A grande lição que fica é que conseguimos fazer uma coordenação de todas essas forças, houve um processo de coordenação muito forte que permitiu que a gente chegasse nesse resultado. Agora, o foco para o próximo ano é a prevenção”.
Trabalhos que perduraram dia e noite
Em vários episódios, o combate ao fogo perduravam dia e noite. O subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Adriano Rampazio, ressalta que, além do descanso das equipes, os equipamentos utilizados na operação devem passar por manutenção. Com a desmobilização de 10 bases, permanecem três na Serra do Amolar, na região do Redário e divisa com Mato Grosso.
Já foram desmobilizadas sete bases e outras quatro serão desfeitas nos próximos 15 dias. Os militares também devem retornar as respectivas bases que atuam.
Ao todo, são 150 brigadistas que ficam no Estado, os reforços devem retornar aos respectivos estados. A partir de janeiro de 2025, a União decide sobre a contratação de 2/3 do efetivo em atuação.
“A brigada de Corumbá é a pronto-emprego, acionada e atende o estado todo além do apoio ao Mato Grosso, na Serra do Amolar, na região da Baia dos Guatós, tem pontos e áreas em monitoramento. Então, vão ficar mobilizados com toda a estrutura Prevfogo”.
900 militares das Forças Armadas
Militares do Exército, Marinha e da Força Aérea Brasileira, trabalharam diuturnamente na operação. Ao todo foram 900 militares e agentes por dia, que atuaram com oito aeronaves, mais de 40 embarcações e quase 170 viaturas terrestres para transportar militares, brigadistas e equipamentos. De julho a agosto foram realizados 525 transportes, deslocando mais de 4,8 mil agentes e 150 toneladas de equipamentos de combate aos incêndios.
As missões aéreas foram 216 missões e o lançamento de mais de 1,2 milhão de litros de água sobre os focos de incêndio. As três Forças realizaram 184 missões de reconhecimento terrestre, aéreo e fluvial. No total, quase 116 mil km foram percorridos durante as missões; isso equivale a cerca de três voltas completas na Terra.
“Encerramos uma fase de trabalhos intensos, um período longo, maior que o normal, é um período crítico, mas que foi vencido graças à competência, ao trabalho sinérgico feito pelas agências. Quando recebi a missão de dar suporte logístico a todas as operações, as condições que se apresentavam naquele momento eram piores do que a que ocorreu em 2020. Uma área extensa atingida, temperaturas acima dos 30°C, ventos e baixa umidade. A curva se estabilizou”, diz o General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, Comandante Militar do Oeste.
Além do apoio logístico, mais de 13,5 mil combatentes foram hospedados e 27,6 mil refeições foram fornecidas nas bases de apoio. A fauna pantaneira também recebeu suporte com o transporte de animais silvestres feridos para atendimento veterinário.