Janeiro chegou e junto com ele os boletos também começaram a entrar na casa das pessoas. É Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), matrícula para quem estuda em escolas particulares e por aí vai. Com as inúmeras contas que os cidadãos precisam pagar no início do ano, muitos golpistas se aproveitam para enganar a população com a emissão de faturas falsas.
O advogado Paulo Miguel, especialista na área criminal e golpe do Pix, traz, abaixo, dicas de como não cair em golpes e proteger suas finanças.
Dados do boleto – Sempre verifique se os dados do boleto são os mesmos daquele que te forneceu ou prestou serviço, por exemplo.
“Se eu tiver que pagar uma conta da Energisa e lá nos dados do beneficiário aparece outra empresa, já desconfia. Se você estiver pagando esse boleto, você está pagando para a pessoa errada e não está quitando a dívida. Está com dúvida? Entra no site e vê se o CNPJ é o mesmo da conta que está pagando”, explica.
Verificação do código de barras – Se na hora de pagar o seu celular não conseguir fazer a leitura, se o código estiver com falhas ou muito espaçado, o golpista vai colocar um número de celular para você ligar.
“Nessa ligação você passa seus dados, eles vão fornecer os dados para fazer o pagamento, vai ser em um local no qual você tem que pagar, com outro CNPJ, então preste muita atenção no código de barras, para quem você está ligando. Na dúvida, verifique se esse número é o mesmo que consta no site oficial da empresa”, orienta.
Impressão de boleto – Evite imprimir o documento em um site diferente do da prestadora de serviço. “O estelionatário é tão profissional que você acaba fazendo o pagamento para uma outra conta”, diz.
Paulo Miguel afirma que atualmente os bandidos estão atuando ligando para as pessoas, se passando por funcionários da empresa prestadora de serviço e falando que quer negociar desconto no boleto, neste caso a orientação do especialista é:
“Se você não solicitou esse desconto ou negociação de uma conta, não pague. Preste muito atenção nesses detalhes, o dinheiro que você estaria pagando essa negociação você está entregando para um estelionatário, ou seja, você paga vai continuar com a dívida e sem o dinheiro”, finaliza.
Cartilha de prevenção – No dia 20 de julho, a Polícia Civil lançou a cartilha para a prevenção de golpes. O material abrange uma variedade de tópicos relacionados a golpes, assim como estelionatos, fraudes virtuais e outras modalidades utilizadas por criminosos.
De acordo com a Polícia Civil, a cartilha pode ser impressa e disponibilizada em todas as Delegacias do Estado, para alcançar um maior número de pessoas e disseminar informação sobre prevenção contra golpes em todo Mato Grosso do Sul. Confira os principais golpes citados pela cartilha.
Boleto falso – Por meio de link suspeito, a vítima recebe um boleto falso. Nestes casos, a Polícia Civil orienta verificar a autenticidade do documento, conferindo detalhes como o código do banco, o beneficiário, o valor, a data de vencimento e quaisquer informações que possam parecer inconsistentes.
Falso perfil WhatsApp – Nessa modalidade de golpe, o criminoso usa o nome e a imagem da vítima, mas com um número diferente. A intenção é que parentes e amigos próximos caiam no golpe de transferência bancária, Pix ou depósitos solicitados pelo agente criminoso.
Falsa ligação de banco – A tática consiste em informar à pessoa que é necessário trocar o cartão, mas de forma peculiar: o golpista solicita que o cartão seja partido ao meio, cuidando para não danificar o chip. Em seguida, o indivíduo é orientado a entregar o cartão partido a um suposto office boy da agência bancária, que, na realidade, faz parte do grupo criminoso.
Segundo a Polícia Civil, geralmente, as ligações são feitas por meio de um telefone fixo, com a finalidade de bloquear a linha e evitar que a vítima entre em contato novamente.
Falsa paquera – Essa modalidade de golpe ocorre por meio das redes sociais, quando o criminoso inicia uma troca de mensagens com a vítima. O modus operandi utilizado consiste em envolver a pessoa em uma troca de mensagens contendo conteúdo sexual ou pornográfico.
Em um estágio posterior, os golpistas usam essas informações comprometedoras como forma de chantagem.
Falso anúncio de vendas – A tática utilizada envolve a exposição de itens à venda, mas, após a negociação e pagamento, o golpista bloqueia o contato da vítima, deixando-a sem qualquer meio de comunicação.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, é recomendado verificar a reputação do vendedor, procurando por avaliações e referências de outros compradores.
Uso de documento de terceiros – Em casos em que há perda de documentos, o criminoso aproveita os dados para realizar compras no nome de terceiros. De acordo com a Polícia Civil, a vítima só descobre que sofreu um golpe após ter o nome no Serasa. Nesses casos, a orientação é que seja aberto um processo judicial para recuperar o dinheiro.