Equipe dos Bombeiros de Mato Grosso do Sul, com o auxílio de cão farejador especializado ‘Laika’, buscam por família soterrada em Roca Sales, no Rio Grande do Sul. O local, é considerado área rural, e foi afetado por enchente e deslizamento. As estradas e pontes da região foram destruídas e a equipe vem enfrentando dificuldades no acesso à região.
O sargento Thiago Kalunga compõe o binômio com a Laika, e possui mais dois militares em sua equipe, os soldados Jéssica Lopes e Humberto Nunes. A área é considerada perigosa pelos militares por existirem muitas pedras soltas. Outra situação monitorada é a chuva. ‘Se por ventura chove, assim como foram os últimos dois dias agora, não é seguro atuar, então a gente tem que ficar muito atento em relação à segurança’, comentou o sargento.
Ele comenta que a base dos militares estava localizada a 30 quilômetros da região de busca, mas devido aos estragos causados pela enchente, os militares levavam 2h30 para chegar ao local. Agora, Thiago, Jéssica, Humberto e Laika se juntarão a outras equipe de bombeiros, dos estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul, e farão a travessia por barco.
A soldado Jéssica Lopes explica que ela e Humberto realizam o mapeamento da região, e analisaram os possíveis riscos. ‘Ao mesmo tempo, o outro foi abrindo os cones de odor com grande espaço lá. Os cones de odor liberam os odores pra Laika poder fazer o trabalho’, explicou.
Nestes cones de odor, o cão detecta as partículas liberadas pelo corpo humano no ar. Segundo o Manual Técnico de Resgates com Cães, ao detectar o cheiro no ar e entrar no cone, o cão buscará a fonte. Nesta situação, o cachorro localizará qualquer humano que esteja dentro da área de busca, indicando a vítima, sem necessidade de uma peça de roupa, por exemplo.
‘É uma busca bem desafiadora, porque é um local instável, corre ainda o risco de ter mais deslizamentos. É uma extensão de um quilômetro, uma grande área, e seis pessoas de uma mesma família foram soterradas nessa região. Na região, eles tinham uma criação de cerca de 500 porcos, que também foi soterrado junto, então é uma situação bem desafiadora, bem complexa’, finalizou a soldado Jéssica Lopes.
Conforme o último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 461 municípios foram afetados pelas chuvas, 540.192 mil pessoas estão desalojadas, e 154 pessoas morreram na tragédia climática. Outras 98 pessoas estão desaparecidas.