Aparecida Auxiliadora Nogueira, 66 anos, está há mais de 7 anos esperando uma cirurgia. Com artrose grave no quadril, ela já não consegue andar devido as fortes dores e precisa colocar uma prótese.
Moradora de Camapuã, a 143 quilômetros de Campo Grande, Aparecida já buscou diversos tratamentos e especialistas em diferentes cidades, na esperança de conseguir a cirurgia, porém, ela segue na fila para realizar o procedimento cirúrgico. Segundo laudo médico, ela precisa da operação urgentemente, sendo o único meio para voltar a andar.
A filha de Aparecida, Gleyce, explica que, inicialmente, a mãe andava, com dificuldades, porém, com o passar dos anos, o quadro clínico se agravou. Hoje, ela depende da filha para cuidados básicos devido à falta de locomoção.
“Eu tive que vir da minha casa, da minha cidade, sair do serviço para vir ficar com ela, porque ela já não anda mais mesmo. Ela consegue ir de andador só até o banheiro, mas chegou lá ela já tem que sentar. Quando ela anda, o osso estrala. Dá para escutar ele estralando. Está osso no osso”, relata a filha.
Segundo ela, a cirurgia chegou de sair há alguns anos, porém, devido à pandemia de Covid-19, o procedimento foi cancelado. Após alguns anos, a data para a operação saiu novamente, mas a família não foi informada e perdeu o dia.
Desde então, sem saber mais para onde recorrer, a família recorre de um médico a outro em busca de uma solução. A família revela que já buscou a secretaria de saúde, porém, são sempre informados que não há previsão de uma nova vaga.
“A gente está buscando tratamento pelo SUS porque é uma cirurgia bem cara. A gente não consegue pagar. No particular custa mais de RS 60 mil. Só que já tem sete anos já que estamos esperando essa cirurgia. A gente vê que o descaso é bem grande”, desabafa Gleyce.
A filha conta que, em maio, Aparecida foi chamada para uma consulta ortopédica em Cassilândia, a 291 quilômetros de onde mora. Na visita médica, ela recebeu o risco cirúrgico, realizou os exames, porém, continua no aguardo para ser chamada.
Segundo Gleyce, o grande receio é que demore muito para que ela seja chamada e, assim, acabem perdendo os exames realizados. “Já tem quase dois meses que a gente fez esse exame dela e com três meses eles vencem. Teve uns que a gente pagou, uns a gente fez por particular e aí até agora eles não ligaram”, explica.
Enquanto continuam na peleja pelo tratamento médico, Aparecida segue sem andar e tendo que conviver com fortes dores diárias. ” Ela sente muita dor e assim, por ela ficar muito sentada, já está prejudicando outras partes do corpo. A gente não tem mais o que fazer. Não tem para quem recorrer”, diz Gleyce, desesperada.
A Secretaria de Estado de Saúde foi questionada sobre o caso de Aparecida e aguardamos retorno.