Os dias deverão ter uma maior amplitude de temperatura, com frio pela manhã e à noite, e calor durante a tarde; seca aumenta também os riscos de incêndios
Neste mês de junho o clima seco e as irregularidades de chuvas devem predominar nas condições do tempo em Mato Grosso do Sul.
O período de inverno que começa no dia 21 de junho e vai até o mês de setembro deve ficar marcado por um longo período de tempo seco no Estado.
De acordo com o meteorologista Olívio Bahia do Sacramento Neto, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura deve variar na casa dos 30ºC durante o dia, com a umidade relativa do ar não passando dos 30%, mantendo assim um clima seco em grande parte dos dias, com chuvas e frio acontecendo periodicamente.
“De forma geral, este período do mês de junho é de clima seco, terminando o outono e encaminhando para o início do inverno. De manhã, noites e madrugadas serão frias, mas durante o dia temperaturas relativamente elevadas, claro que não serão tão elevadas como foram no verão”, disse Olívio.
Haverá também, segundo o meteorologista, a possibilidade de geadas e frente fria no mês de junho, principalmente na região sul do Estado.
“Este frio que aconteceu no fim de maio, que derrubou a temperatura, deve acontecer em junho também, gerando geada no sul do Mato Grosso do Sul, mas de forma periódica no mês”, detalhou.
Segundo os dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), climatologicamente, na metade norte do estado as chuvas devem variar entre 25 a 100 mm e nas regiões sul, sudeste e sudoeste do estado entre 150 a 300 mm. Nas regiões central, leste e oeste do estado as chuvas variam entre 100-150 mm.
As tendências climáticas da precipitação indicam que haverá a partir desse mês uma maior probabilidade das chuvas ficarem abaixo da média histórica no Estado.
Com a chegada do inverno a tendência de secura não deve mudar, porém esta estação do ano deve agir em MS como uma reguladora de temperatura, deixando o tempo mais agradável durante o dia, se mantendo entre os 30ºC, podendo ajudar a cessar as massas de ar seco, ocasionando frente frias ao final do dia e nevoeiro pela manhã.
ALERTAS A SAÚDE
Devido a um período longo de seca que estar por vir, o meteorologista Olívio Bahia alerta que as doenças respiratórias devem ser mais frequentes porque a falta de chuvas regulares devem afetar a qualidade do ar.
“É importante alertar também para evitar o desperdício de água em grande quantidade nestes períodos, e na atividade do dia-a-dia, as pessoas devem beber água com mais frequência, hidratar as narinas, usar umidificador se for possível, tudo para aliviar a sensação de secura mantendo o ambiente refrescante”, disse Bahia.
Devido ao tempo sem chuvas, deverá o ocorrer a presença de mais fumaça e poeira no ar, porque como o clima estará seco, o vento terá mais facilidade de carregar mais rápido a poeira pela cidade.
No período noturno, também será aconselhável transitar mais agasalhado deve a quedas de temperaturas que devem ocorrer neste período do dia no mês de junho.
Durante a manhã a dica também em válida, porque durante o mês pode esfriar no início do dia gerando nebulosidade no ar.
RISCO DE INCÊNDIOS
Há uma tendência para que volte neste período de seca os incêndios em áreas de mata no Estado.
“Existe um elevado risco de incêndio, porque no Estado vai ficar muitos dias sem chuvas, deixando o mato muito tempo sem umidade, até ele ficar seco e propenso para queimada”, disse o meteorologista.
Apesar do clima deixar mais propenso para os incêndios, o meteorologista Olívio Bahia informa que o fogo só deve chegar nos cenários conhecidos de queimadas florestais se houver o descuido humano com a preservação ambiental.
“A população deve evitar na hora que ela for limpar o terreno, atear fogo para queimar, porque o mato estará seco, e isso deve provocar o fogo de grandes proporções”, disse.
Analisando o cenário local, Mato Grosso do Sul está no gráfico da seca moderada a severa – situação acarretada pelos níveis baixos de precipitação, pelas temperaturas elevadas e pela evaporação da umidade do solo em velocidade maior do que o comum para a época.
Esses dados são referenciados por meio do estudo do Índice Integrado de Seca (IIS), que é construído a partir dos estudos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em conjunto com o Inpe, a Noaa e a Nasa, a agência espacial norte-americana.
SAIBA
Nessa primeira semana de junho a temperatura deve ficar estabilizada com possibilidade de chuvas.