A medida foi tomada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, que decidiu investigar o magistrado por ‘discurso potencialmente preconceituoso e misógino’ durante uma sessão de julgamento realizada no dia 3 de julho.
Durante o julgamento sobre assédio envolvendo uma menor de 12 anos, o desembargador disse que as ‘mulheres estão loucas atrás dos homens’ e criticou o que chamou de ‘discurso feminista desatualizado’. Na sessão, o magistrado também votou contra a concessão de medida protetiva à adolescente.
‘Se Vossa Excelência sair na rua hoje, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens são as mulheres, porque não tem homem. Hoje em dia, o que existe é que as mulheres estão loucas atrás dos homens, porque são muito poucos. A mulherada está louca atrás de homem’. afirmou.
O afastamento foi motivado por uma ação da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná. No entendimento do corregedor, o desembargador não pode continuar no cargo, exercendo a presidência da 12ª Câmara Cível, destinada ao julgamento de causas de família.
‘Diante da gravidade do caso e a premente necessidade de prevenir situações futuras em caso de permanência do desembargador à frente da Câmara que atua nesta mesma matéria, com atitudes reiteradas de contrariedade às políticas e normativos encampados por este conselho’, afirmou o ministro.
Em nota divulgada após o episódio, o desembargador disse que não teve a intenção de ‘menosprezar o comportamento feminino’.
‘Esclareço que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações proferidas por mim durante a sessão da 12ª Câmara Cível do tribunal. Afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão’, declarou.
Fonte: Msnews