O vereador Claudinho Serra (PSDB) regularizou, nesta quarta-feira (16), a situação com a Câmara de Campo Grande após perícia do atestado entregue à Casa de Leis. Agora, o parlamentar investigado em esquema de corrupção poderá entrar pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Além disso, prorrogou por mais um mês o retorno à Câmara de Campo Grande. As informações foram confirmadas ao Jornal Midiamax pelo presidente da Casavereador Carlos Augusto Borges (PSB).
“Ele foi no IMPCG, passou pela perícia, a perícia médica aprovou o atestado médico dele e ele apresentou outro atestado para esse mês de outubro”, disse Carlão. Assim, explicou que as faltas de setembro foram justificadas e o vereador afastou a possibilidade de cassação.
Isso porque “agora o atestado dele tem validade, as faltas têm realmente justificativa”. Além disso, Carlão explicou que a “perícia é para o simples funcionário até o procurador-geral da Câmara”.
Então, ressaltou que o vereador “agora vai ficar por conta do INSS, a Câmara não vai pagar mais ele”. A possibilidade de INSS já havia sido adiantada pelo Jornal Midiamax em setembro.
Para se manter no cargo até o fim do mandato sem renunciar ou exercer a função, Claudinho pode recorrer à tentativa do INSS. As alternativas foram confirmadas pela Procuradoria da Câmara de Campo Grande ao Jornal Midiamax em 4 de setembro.
Claudinho fica sem resposta sobre retirada de tornozeleira
Após deixar a prisão, o tucano passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica num prazo de seis meses, que termina na quinta-feira (17).
No entanto, a defesa de Claudinho pediu à Justiça para antecipar a retirada do monitoramento, mas não recebeu resposta.
O advogado do parlamentar, Tiago Bunning, alegou que Claudinho cumpriu todas as medidas cautelares impostas pela Justiça como forma de não ficar atrás das grades.
Portanto, o prazo de 180 dias determinado pela Justiça irá se encerrar em 17 de outubro, mas como alega que seu cliente cumpriu todas as exigências, pede: “requeremos que seja deferida, desde logo, a retirada de tornozeleira antecipada ou subsidiariamente que se determine sua retirada no dia 17/10/2024”.
Promotora respondeu ao pedido de empresário
A promotora de Justiça Bianka M. A. Mendes emitiu parecer favorável à liberação da tornozeleira eletrônica do empresário Milton Matheus Paiva Matos, réu junto com Claudinho Serra (PSDB) pelo esquema de corrupção.
A manifestação atende a pedido feito pelo empresário, que alegou dificuldades em exercer a advocacia por conta das restrições cautelares impostas pela Justiça.
Então, a promotora pontuou ser favorável ao pedido do empresário. “No mais, as condições pessoais de Milton Matheus Paiva Matos são favoráveis, já que, além de não possuir antecedentes criminais, exerce atividade lícita de advocacia”.
Por outro lado, não emitiu manifestação sobre pedido feito pela defesa de Claudinho Serra.
Vereador do PSDB comandou esquema de corrupção em Sidrolândia
O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Claudinho Serra e outros 21 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.