O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, que deveria depor nesta terça-feira (28) na sede do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), optou por ficar em silêncio. Ele foi preso em 21 de maio durante a Operação “Cartão Vermelho”, deflagrada em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Segundo o advogado de defesa, André Borges, foi apresentada ao Gaeco uma petição que resguarda o direito constitucional de permanecer em silêncio. Cezário aguarda a denúncia do Ministério Público para prestar esclarecimentos à Justiça. “A defesa está tomando as providências para garantir a liberdade dele”, afirmou Borges.
Nesta primeira fase, Cezário usará o direito de permanecer em silêncio. Ele pretende provar sua inocência após conseguir a liberdade. Borges destacou que, até o momento, há apenas uma investigação, e uma denúncia formal é necessária para combater a acusação. Cezário nega qualquer desvio de dinheiro, alegando que o dinheiro apreendido é fruto de suas economias e tudo será esclarecido na Justiça.
Sobre seus sobrinhos Francisco Carlos Pereira, Valdir Alves Pereira e Umberto Alves Pereira, que prestavam serviços para a Federação, Borges informou que eles estão confiantes em provar sua inocência. Cezário, advogado de profissão, também confia em sua capacidade de justificar suas ações. Quanto ao pedido de afastamento da Federação, Borges mencionou que seu cliente está fragilizado e sem condições de liderar a entidade.
Foi feito um pedido de liberdade para Cezário e os demais presos, e espera-se uma resposta da Justiça em breve. Durante a operação, o presidente afastado e outras seis pessoas foram detidas. As investigações indicam que os desvios frequentes de dinheiro, via saques de contas da Federação ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), somaram mais de R$ 6 milhões entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023.
Francisco Cezário de Oliveira foi preso em casa durante a ação do Gaeco. A investigação revelou que seus sobrinhos, incluindo Francisco, que estava armado, Valdir, Umberto, e Marcelo Gustavo, filho de Umberto, também permanecerão presos. Outros detidos incluem o delegado de jogos da FFMS, Aparecido Alves Pereira, e o gerente de TI, Rudson Bogarim Barbosa.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis de familiares, na residência de Cezário, e na sede da Federação. André Borges confirmou que Cezário passou por audiência de custódia e continua preso, mas, por ser advogado, tem direito a cela especial. Ele estava no sétimo mandato como presidente da Federação e foi eleito para permanecer no cargo até 2027.
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