Os outros objetos encontrados na cela não foram divulgados pela Agepen. O Midiamax também entrou em contato com a assessoria da PMMS e teve como resposta: “Não fomos informados da operação no sistema. As consequências de qualquer irregularidade somente com a Agepen”.
Gerente do jogo do bicho
Segundo a denúncia do Gaeco no âmbito da Operação Sucessisone“Barba” exerce um controle sobre os integrantes do grupo criminoso no que diz respeito às articulações da organização criminosa para a tomada do controle do jogo do bicho em Campo Grande, sempre atendendo aos comandos do líder, o deputado estadual Roberto Razuk Filho, Neno, do PL.
Major Gilberto lidava ostensivamente com intermediários, oferecendo treinamento, controlando a ação dos “recolhes” e “apontadores” do jogo do bicho, sem comprometer a imagem do chefe da organização, apontado pelo MPMS como sendo Neno Razuk.
Quando flagrado na casa no Monte Castelo, em outubro de 2023, por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), ocasião em que foram apreendidas 700 máquinas do jogo do bicho, o major havia dito que estava na residência jogando com outras pessoas.
No entanto, no local foi apreendida uma agenda que estava com o militar aposentado, onde constavam nomes e o esquema de funcionamento atual do grupo de São Paulo, que está no controle do bicho em Campo Grande.
Major Gilberto Luiz foi preso na primeira fase da Operação Sucessione, deflagrada no dia 5 deste mês, quando foram expedidos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de prisão foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã.
O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ele um mandado de busca e apreensão. Na casa do deputado foram apreendidos celulares, uma pistola e um tablete do filho de Neno Razuk. Procurado pela reportagem, o parlamentar nega chefiar ou até mesmo integrar o esquema do jogo do bicho.
Organização integrada por policiais militares
Segundo as investigações, a organização é integrada por policiais militares da reserva e de um ex-policial militar, que se valiam de sua condição, especialmente do porte de arma de fogo, como forma de subjugar a exploração do jogo ilegal aos mandos e desmandos da organização criminosa, tudo para tornar Campo Grande novo território sob seu comando.
Ao todo, 15 pessoas foram indiciadas no dia 19 de dezembro de 2023 por integrarem organização criminosa armada, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados, corrupção, entre outros crimes graves.
Investigação confirmou denúncia de servidores que vincularam “guerra do jogo do bicho” com contravenção na Sejuspconforme antecipou o Midiamax em reportagem no mês de outubro do ano passado.
O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ele um mandado de busca e apreensão. Quatro assessores do deputado foram presos.
O empresário José Eduardo Abdulahad foi alvo de mandado de prisão no dia 5 deste mês. Segundo as investigações, a organização criminosa era responsável por diversos roubos praticados em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande, na disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.
As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem “grave penetração” nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.