Vivendo em assentamento em MS, idosa de 81 anos não ia ao médico e morreu no fim de semana
Uma idosa de 81 anos morreu no último sábado (16), após passar décadas com um feto mumificado dentro do útero. Ela e a família só descobriram a situação na semana passada, quando a idosa apresentou problemas de saúde e precisou ser hospitalizada com diagnóstico preliminar de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Indígena e moradora de um assentamento em Aral Moreira, cidade distante 376 km de Campo Grande, a idosa não tinha o hábito de realizar consultas ou exames médicos. Neste mês, ela teve três quedas em casa e passou a sentir dores abdominais, que evoluíram nos últimos dias.
Na semana passada ela recebeu atendimento na unidade de saúde de Aral Moreira, mas precisou de internação. A secretária de saúde do município, Adriana Batista, contou ao Jornal Midiamax que a idosa apresentava fraqueza, diabetes e desconforto respiratório.
“Ela apresentou um quadro de AVC, demos suporte aqui no município e pedimos transferência para Ponta Porã, onde há mais recursos em saúde. Quando ela foi, estava em coma e precisou ser entubada”, conta a secretária, que só soube das informações sobre o feto posteriormente.
Caso raríssimo de feto mumificado
A família da idosa não sabe afirmar quanto tempo o feto ficou no útero da indígena, mas estima-se em torno de cinco décadas devido à idade dela. Em Ponta Porã, a idosa ficou internada na UTI do Hospital Regional, onde exames de imagens identificaram o quadro grave.
Ela deu entrada na quinta-feira (14) no hospital, foi operada na sexta-feira (15) para retirada do feto do útero e morreu no sábado (16). O Hospital elabora uma nota oficial sobre o assunto e afirma que, até o momento, prezou pelo sigilo do caso.
O caso raríssimo foi identificado pela equipe médica do Hospital Regional de Ponta Porã e deve ser tema de um artigo científico. De acordo com o hospital, a equipe médica se interessou em estudar o caso.
Sobre a morte da idosa, o hospital afirma que o quadro de saúde dela era delicado devido a agravantes como diabetes. O sepultamento ocorreu em Aral Moreira.
(Foto: Reprodução) MIDIAMAX