Uma demanda histórica pode sair do papel nos próximos anos. Autoridades regionais e nacionais assinaram acordo para construção de uma Casa da Mulher Brasileira, em Ponta Porã (MS), que fica na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. A cerimônia ocorreu na cidade nesta quinta-feira (21).
A viabilização da cassa passa pela assinatura de um convênio. Estiveram presentes no evento a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, e outras autoridades.
A construção da Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã está inserida no âmbito do Programa Mulher Viver sem Violência, coordenado pelo Ministério das Mulheres, aderido anteriormente pelo Governo de Mato Grosso do Sul e alinhada à missão institucional da Itaipu.
“A cada seis horas uma mulher é morta pelo fato de ser mulher e a cada seis minutos uma mulher ou uma menina sofre violência sexual. Esse é o retrato do Brasil, esse é o retrato das mulheres brasileiras. É esse retrato que nós queremos mudar e reconstruir neste país, isso não pode ser um problema simplesmente do governo federal, ou partidário e ideológico, isso precisa ser um compromisso de todo o Estado brasileiro independentemente de partido, religião e ideologia. Nós precisamos reconstruir este país e transformar o ódio que está colocado em harmonia, sensibilidade e respeito. É por isso que temos lutado, por respeito!”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Com a primeira Casa da Mulher Brasileira do País inaugurada em Campo Grande em 2015, Mato Grosso do Sul também tem outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados.
Atendimento binacional
As mulheres vítimas de violência no Paraguai também poderão ser atendidas pela Casa da Mulher Brasileira, em Ponta Porã. O convênio permite a construção do centro de acolhimento, que deve começar em 2025. Serão R$ 74 milhões investidos.
O evento também marcou a assinatura de um termo para a construção de centros culturais indígenas em aldeias da região sul do estado, incluindo os municípios de Dourados e Caarapó. O projeto visa fortalecer a valorização da cultura e identidade dos povos originários, além de promover o acesso à arte e à cultura em um ambiente de respeito e preservação das tradições.