Na manhã deste domingo (08), uma carreta, que levava um carregamento de soja, tombou no KM 495 Sul, da BR-163. O motorista não ficou ferido.
Segundo informações da CCR MS, a pista só foi interditada para realizar o destombamento, que ocorreu das 15h às 15h35. No momento, o fluxo segue normal.
Outros acidentes
Em agosto deste ano, uma outra carreta que levava soja, tombou no km 609, na BR-163, no município de São Gabriel do Oeste. O motorista, um homem de 43 anos, não sofreu ferimentos graves.
De acordo com informações, o veículo perdeu o controle e acabou tombando. A equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a CCR MSVia foram acionadas e estiveram no local.
Já em junho, ainda na BR-163, em Belterra, oeste do Pará, um motorista de uma carreta que transportava produtos de lojas virtuais, perdeu o controle da direção e tombou o veículo. O motorista sofreu escoriações devido ao acidente.
Rodovia da morte
Números compilados de 2018 mostram que no Mato Grosso do Sul e na Região Centro-Oeste, a BR-163 ainda mantinha o título de “rodovia que mais mata”, sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho.
Cerca de dois anos após a privatização, os números de 2015, de fato, apontavam para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF indicando que os 64 óbitos de 2014 haviam caído para apenas 30 em 2015.
Acontece que os números voltaram a subir, e as melhorias na via estão paradas há sete anos, já que a CCR MSVia, não cumpriu com o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, a Sonora, na divisa com o Mato Grosso. Desde o início da concessão, há dez anos, foram duplicados apenas cerca de 155 km.
O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária fez apenas a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, nos três primeiros anos.
A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.
Desde então, o Governo Federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163.
Em 2023, foram realizadas audiências públicas em Brasília e em Mato Grosso do Sul para debater o futuro da rodovia federal que corta o estado. Em julho, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a assinatura do acordo consensual entre o Governo e a CCR MSVia.
Dois meses depois, a União e o Estado fizeram uma proposta para que a CCR MSVia continuasse com a concessão, apresentando regras para assinatura do novo contrato, como a manutenção do pedágio, a duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de marginais e 9 km de contornos.
A CCR MSVia teria mais 20 anos com a BR-163, porém, com esse novo acordo, o prazo será estendido por mais 15 anos. Nos primeiros três anos contratuais, haverá investimento de boa parte do total de recursos destinados.
A empresa promete a duplicação de mais 190 km e mais 170 km de terceira faixa.
O novo contrato, que prevê R$ 12 bilhões de investimento na rodovia, deveria ter sido assinado no primeiro mês de 2024. No entanto, um impasse do Tribunal de Contas da União atrasou o processo, que ainda está parado.