Em quatro anos, os gastos dos candidatos a prefeito de Campo Grande praticamente dobraram no primeiro turno das eleições deste ano em relação às despesas dos postulantes ao mesmo cargo no primeiro turno do pleito de 2020.
Mesmo com sete candidatos a menos que nas eleições municipais de 2020, os oito políticos que estão na disputa pelo cargo de prefeito da Capital neste ano investiram R$ 18.361.989,18 na campanha eleitoral, enquanto os 15 postulantes de quatro anos atrás gastaram R$ 9.598.751,64 – ou seja, houve um crescimento de 91,2%.
Caso o valor total investido pelos candidatos à prefeitura da Capital nas eleições municipais de 2020 for corrigido pela inflação acumulada dos últimos quatro anos, o montante chega a R$ 11.998.438,00 – e ainda assim é 53% menor que os R$ 18.361.989,18 deste ano.
Conforme consulta feita pelo Correio do Estado ao site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand) da Justiça Eleitoral, o candidato a prefeito de Campo Grande campeão de gastos é Beto Pereira (PSDB), uma vez que já utilizou R$ 8.911.808,21.
Na sequência, vem as candidatas Rose Modesto (União Brasil), com R$ 5.440.902,60; a prefeita Adriane Lopes (PP), com R$ 2.611.197,88; e Camila Jara (PT), com R$ 1.261.555,49.
Na comparação com os candidatos a prefeito da Capital campeões de gastos nas eleições de 2020, a diferença fica bem mais explícita, pois quem mais gastou à época – o candidato Dagoberto Nogueira (PDT), no caso, que utilizou R$ 1.825.476,19 na campanha eleitoral – quase foi igualado por Camila Jara, a quarta entre os candidatos campeões de “gastança” neste ano.
Para se ter uma ideia, o ex-prefeito Marquinhos Trad, candidato vitorioso em 2020, gastou R$ 1.373.661,72, enquanto os candidatos deste ano com chances reais de seguirem para o segundo turno – e, portanto, um deles podendo se tornar o futuro prefeito de Campo Grande – utilizaram no mínimo o dobro de Marquinhos e, no máximo, cinco vezes mais que ele.
PRINCIPAIS GASTOS
No caso dos quatro candidatos a prefeito que mais gastaram neste ano, o Correio do Estado identificou que os recursos foram mais aplicados na produção de programas de rádio e televisão ou vídeo, além de serviços advocatícios, despesas com pessoal, serviços contábeis e despesas com impulsionamento de conteúdo
nas redes sociais.
A candidata Camila Jara usou R$ 501,696 mil na produção de programas de rádio/televisão ou vídeo, R$ 335 mil com serviços advocatícios, R$ 141,450 mil com pessoal, R$ 120 mil com serviços contábeis e R$ 61 mil com impulsionamento de conteúdo.
Já Adriane Lopes utilizou R$ 1.038.960,00 com pessoal, R$ 650 mil com serviços advocatícios, R$ 500 mil em serviços prestados por terceiros, R$ 95,650 mil com publicidade por adesivos e R$ 91,610 mil com impulsionamento de conteúdo.
Por sua vez, Rose Modesto destinou R$ 1.465.000,00 na produção de programas de rádio/TV ou vídeo,
R$ 1.021.437,84 com pessoal, R$ 995,832 mil com diversidades a especificar, R$ 495 mil com serviços advocatícios e R$ 455,396 mil com cessão ou locação de veículos.
No caso do campeão de gastos, o candidato Beto Pereira reservou R$ 3.093.101,64 com a produção de programas de rádio/TV ou vídeo, R$ 1,2 milhão com serviços advocatícios, R$ 904,750 mil com atividades de militância e mobilização de rua, R$ 765,250 mil com publicidade por materiais impressos e R$ 578.073,26 com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.
Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o limite de gastos e contratação de pessoal para os candidatos à Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais deste ano é de R$ 9.883.449,19
no primeiro turno e de R$ 3,953 milhões no segundo turno, enquanto no pleito de 2020 foram R$ 7.609.787,27 (1º turno) e R$ 3.043.921,83 (2º turno).