O resultado do primeiro turno em Campo Grande definiu que este domingo (27) será de 2° turno em Campo Grande – o quinto em 32 anos, desde a promulgação da Constituição de 1988. Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil) disputam a preferência do eleitor.
Em vigor a partir de 1989, conforme estipulou a Constituição Federal de 1988, o segundo turno das eleições ocorre em cidades com no mínimo 200 mil eleitores, e quando nenhum dos candidatos atinge 50% dos votos válidos. Em Mato Grosso do Sul, duas cidades têm o eleitorado necessário para a regra: Campo Grande e Dourados.
Na Capital, a disputa de 2º turno já teve quatro edições – a primeira delas em 1992. Em três das quatro eleições municipais que tiveram o “tira-teima”, o postulante ao cargo vencedor foi o que teve maior número de votos no 1° turno. Somente em 1996, o pleito sofreu “virada” nas urnas, quando André Puccinelli derrotou Zeca do PT no segundo turno.
Último eleito antes de 2º turno entrar em vigor
As últimas eleições antes da Constituição de 1988, Campo Grande elegia para prefeito neste mesmo ano, Lúdio Martins Coelho, que concorria pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Lúdio teve na ocasião 111.265 votos, enquanto o segundo colocado, Plínio Barbosa Martins (PMDB), obteve 44.402 votos. O eleitorado naquele ano era de 228.856.
As eleições seguintes, ocorridas em 1992, tiveram ‘segundo round’ na Capital. Na ocasião, os mais votados no segundo turno foram Juvêncio Cesar da Fonseca (PMDB) – que teve 73.543 votos – e a então primeira mulher deputada federal por MS, Marilu Guimarães (PTB).
Juvêncio já havia ocupado o cargo de chefe do Executivo entre 1986 a 1988. Além disso, já havia ocupado cadeira na Câmara Municipal de 1983 a 1985. Marilu, por sua vez, chegava nas eleições de 1992 ocupando cargo na Câmara dos Deputados em Brasília e com histórico de mandato na Assembleia Legislativa de 1986.
O segundo turno das eleições de 1992 levou às urnas 240.549 eleitores de um eleitorado apto para votar de 290 mil pessoas. Ou seja, apenas 50.406 deixaram de comparecer às urnas.
O resultado das eleições selou a vitória de Juvêncio da Fonseca, que foi eleito com 115.432 votos, enquanto Marilu levou a preferência de 100.123 moradores.
‘Virada’ nas urnas
Em vigor, o segundo turno também se tornou via para definir o próximo gestor de Campo Grande nas Eleições de 1996. No primeiro turno, os mais votados foram Zeca do PT, que recebeu 101.657 votos, e André Puccinelli (PMDB), que recebeu 81.217 votos.
Na ocasião, o segundo pleito proporcionou uma ‘virada’ nas urnas, quando o menos votado no primeiro turno ultrapassou a preferência do eleitor. Puccinelli então recebeu 131.124 votos, enquanto Zeca do PT teve 130.713 votos.
Ou seja, por uma diferença de apenas 411 votos, o candidato do então PMDB foi definido como o prefeito de Campo Grande. Mais tarde, os candidatos também disputariam as eleições para Governo do Estado e ambos chegariam a ocupar a cadeira em gabinete no Parque dos Poderes.
Doze anos sem 2° turno
Campo Grande voltaria a ter uma eleição municipal com segundo turno apenas 12 anos depois de Puccinelli e Zeca disputarem a prefeitura.
Nas eleições de 2.000, André Puccinelli se elegera novamente prefeito no primeiro turno com larga vantagem contra o segundo colocado, Eurídio Ben-Hur Ferreira. André foi reeleito com 223.312 votos, enquanto Eurídio recebeu 69.511 votos.
Em 2004 e 2008, Nelsinho Trad foi eleito e reeleito no primeiro turno. Foram 213.195 votos no primeiro pleito e 288.821 votos no segundo pleito. Vander Loubet (PT) foi o segundo colocado em 2004 com 87.981 votos e Pedro Teruel em 2008 teve 93.948 confirmações nas urnas.
Às vezes eu dou 2º turno
Se a Capital passou doze anos sem a ‘segunda parte’ das eleições, as próximas duas eleições seriam marcadas pela disputa de postulantes no 2° turno.
Em 2012, o primeiro turno determinou que Alcides Bernal (PP) e Edson Giroto (PMDB) disputariam os votos dos eleitores em Campo Grande. O progressista teve 176.288 votos no primeiro turno, enquanto o peemedebista teve 122.813 votos.
A vantagem de Bernal permaneceu no segundo turno, quando foi eleito prefeito com 270.927 votos. Giroto registou 162.212 votos.
O quarto 2° turno na Capital
Em 2016, novos nomes surgiram para concorrer: Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB). O primeiro turno mostrou que Trad teve a preferência de 147.964 votos. Enquanto Rose, que vinha de cargo de vereadora e vice-governadora, teve 113.739 votos.
Campo Grande, então, chegava ao seu quarto 2° turno nas eleições. Naquele ano, Marquinhos Trad venceu as eleições com 241.876 votos. Rose ficou na segunda colocação, com 169.660 votos.
Em 2020, Marquinhos Trad disputou a reeleição e foi eleito no primeiro turno com 218.418 votos. A diferença para o segundo colocado foi de mais de 184 mil votos, Pedro Kemp (PT), que teve 34.546 votos.
No quinto 2° turno, duas mulheres disputam prefeitura
A Prefeitura de Campo Grande será disputada pelas candidatas Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil) no segundo turno das Eleições de 2024. As duas tiveram os melhores resultados nas votações do primeiro turno, no dia 6 de outubro.
Adriane Lopes registrou 31,67% dos votos, totalizando 140.913 votos. Na chapa de Adriane, Camilla Nascimento de Oliveira (Avante) concorre como vice. Já Rose Modesto recebeu 131.525 votos no primeiro turno, 29,56% dos votos válidos para a prefeitura de Campo Grande. O vice na chapa de Rose Modesto é Roberto Oshiro (União Brasil).
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