Realizada hoje, a Black Friday já é considerada uma das principais datas do varejo no comércio em Mato Grosso do Sul. Com promoções atrativas, o período estimula o consumo, antecipa as compras de fim de ano e contribui para o aumento da arrecadação, a geração de empregos e a renovação dos estoques. Comerciantes de Mato Grosso do Sul acreditam que a data deve alavancar as vendas de fim de ano.
Especialistas do setor econômico destacam que a data se tornou uma oportunidade estratégica para consumidores, lojistas e ainda outros setores, como é o caso dos serviços, que nos últimos anos embarcaram na campanha.
“A entrada de recursos da Black Friday vai propiciar a contratação de novos funcionários, alta da arrecadação do comércio e reposição de estoques para o Natal”, comenta o mestre em Economia, Eugênio Pavão.
A economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio), Regiane Dedé de Oliveira, corrobora ao destacar que a Black Friday é mais um período importante para o comércio, tanto de MS quanto do País, por ser mais uma data que fomenta o comércio.
“Ela passou a ser uma outra data positiva para o comércio pelo fato dos consumidores esperarem esse desconto, essa promoção, e antecede o Natal”, reforça. O economista Eduardo Matos reitera que a data já tradicional é um evento anual que traz muitos benefícios para o consumo, para o varejo e principalmente para o comércio.
“Já foi provado que a data justamente ocorre, mais ou menos, dentro do prazo em que as pessoas recebem a primeira parcela do 13º, os trabalhadores formais, nesse caso, sendo importante para movimentar a economia através das compras, da geração de novas vagas, bem como mais dinheiro girando”, detalha.
Sendo um aquecimento para as compras de fim de ano, os economistas pontuam que os consumidores já se preparam para adquirir produtos específicos. “Muitas pessoas, às vezes, já compram algum eletrodoméstico, algum aparelho eletrônico que vem esperando, e aproveitam o fim de ano e o período da Black Friday por conta dos atrativos nos preços”, relata Regiane.
COMÉRCIO
Entre os comerciantes de Campo Grande consultados pelo Correio do Estado, o consenso é de lucro, tendo em vista que as semanas que antecederam esta sexta-feira de promoções já gerou bons resultados.
“Eu fiz o black já no começo do mês, e graças a Deus as vendas foram ótimas”, comemora Camila Vicente, proprietária da loja Milua, localizada no Bairro Leblon, em Campo Grande, acrescentando que o aumento das vendas foi tão significativo que se aproximou da meta de dezembro, valor que costuma ser mais elevado.
Ana Luiza da Cruz, dona da Loja Trecos e Tarecos Presentes, localizada na Rua Divisão, na Capital, ressalta que em seu comércio as expectativas são grandes: “O movimento na loja física tem sido maior que na rede social. Mas, mesmo assim, ainda mais fraco que no ano passado de modo geral, o comércio ainda não está aquecido para o fim de ano”.
A empresária complementa que, ainda assim, seguem confiantes e esperando o máximo: “Já estamos com a loja decorada e preparada para a data. Preparamos diversos produtos com até 50% de desconto”.
Com lojas situadas fora dos grandes centros comerciais da Capital, como shoppings e área central, Eduardo Matos salienta que hoje as compras estão se desvinculando dessas regiões.
“Está em mutação, há uma descentralização de cidades do porte de Campo Grande, sendo a capital de MS um grande exemplo disso. Nós temos a 14 de Julho, que hoje já não é mais um centro comercial. Temos que olhar bastante para os bairros e as comunidades periféricas, onde está crescendo muito o comércio e estão se tornando polos de bens de consumo para a população”, analisa o economista.
Levantamento do Sebrae-MS e do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS) indica que o “feriado comercial” deve movimentar mais de R$ 400 milhões na economia do Estado.
Conforme o levantamento, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos são os produtos que mais atraem os olhares dos sul-mato-grossenses durante esse período de liquidação, com 47,32% dos entrevistados com intenção de compra.
Em seguida, aparece as vestimentas (roupas, calçados e acessórios), com 29,19%, e, fechando o top 3, notebooks e computadores, com 9,06%.
A pesquisa revelou ainda que 82,38% dos entrevistados preferem realizar as compras de forma presencial, ou seja, em loja física.
ALERTA
A Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon-MS) destaca que hoje equipes estarão disponíveis para atender denúncias de consumidores encaminhadas pelo telefone 151 e no site www.procon.ms.gov.br.
Uma das principais orientações do Procon-MS é que o consumidor faça uma pesquisa prévia de preços. Monitorar o valor dos produtos semanas antes da Black Friday ajuda a identificar se os descontos são reais ou mascarados.
“A Black Friday é um momento de oportunidade, mas também de cuidado. Nosso objetivo é proteger o consumidor e garantir que ele tenha acesso a informações claras e verdadeiras”, destaca o secretário-executivo Angelo Motti.
O Procon Municipal de Campo Grande também intensificou suas ações de fiscalização durante toda a semana, monitorando estabelecimentos e orientando consumidores sobre os cuidados necessários ao realizar suas compras.
“O objetivo é garantir que os consumidores tenham uma experiência de compra segura e justa, evitando práticas abusivas e garantindo que as ofertas sejam reais”, afirmou o subsecretário José Costa Neto.
Em Campo Grande as demandas para esclarecer dúvidas dos consumidores são feitas por meio do canal de denúncias 156 (opção 2) ou presencialmente, na Avenida Afonso Pena, nº 3.128, Centro.
R$ 406 milhões
A Black Friday deve movimentar R$ 406,64 milhões na economia de Mato Grosso do Sul, segundo levantamento feito pelo Sebrae-MS e pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS).