InícioPoliciaCampo Grande: Músico que agrediu jornalista é liberado com tornozeleira

Campo Grande: Músico que agrediu jornalista é liberado com tornozeleira

O músico de 38 anos que agrediu a companheira, uma jornalista de 37 anos, em Campo Grandefoi liberado nesta terça-feira (11) com uso de tornozeleira e uma medida protetiva.

Ele foi preso após agredir a jornalista no último dia 3 deste mês, na segunda-feira de Carnaval, em Campo Grande. Na ocasião, a vítima estava com a filha de 8 meses, quando foi agredida com socos após chegar em casa.

Na decisão, consta que o músico foi solto porque “apenas tentou se defender dos ataques verbais e físicos cometidos pela suposta vítima, não havendo qualquer ato que desabone sua conduta” e que também dificilmente o suspeito será condenado para cumprir pena em regime fechado. “Dada cominação em abstrato fixada para crimes domésticos e por ser primário, o que não justifica permanecer no cárcere aguardando o desfecho do processo crime”.

Com isso, o músico teve a soltura determinada e passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Além disso, ele está proibido de se aproximar da jornalista a menos de 200 metros de distância, mas terá assegurado o direito de visita e contato com a filha, que tem 8 meses.

Apesar de responder ao processo em liberdade, o músico está proibido de ausentar-se da comarca sem autorizar a Justiça previamente, deverá obrigatoriamente comparecer a todos os atos do inquérito e da eventual ação penal que for intimado e comparecer mensalmente em juízo para comprovar endereço atual, bem como informar e justificar suas atividades.

‘É revoltante’

Após se deparar com a determinação de soltura do músico que lhe agrediu, a jornalista se diz revoltada. Segundo ela, não foi analisado sequer o conteúdo anexado em seu depoimento prestado na Deusa (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

À reportagem do Jornal Midiamax, a jornalista enviou um vídeo gravado pouco depois da agressão. Nas imagens, ela está com sangramento no nariz e com a filha no colo, relatando a agressão sofrida.

Agressão

O crime aconteceu há oito dias, na noite do dia 3 deste mês, quando o casal havia retornado da casa de um amigo. À polícia, a jornalista disse que estava no carro com o namorado e com a filha no colo dela, retornando para a residência.

Em determinado momento, o músico teria passado a desferir golpes em seu rosto, depois deixou a vítima em casa e teria ido embora para a residência dele.

Depois, jornalista enviou mensagens no grupo da família pedindo ajuda, momento em que seu irmão e cunhada foram até o imóvel. Logo, eles foram até a frente do condomínio Reside ou músico.

Músico alegou ter sido agredido pela jornalista

Diante dos fatos, a polícia foi até o apartamento do músico. Aos policiais, ele alegou que estava retornando da casa de um amigo com a namorada, quando, dentro do carro, a vítima teria proferido xingamentos contra ele. Ainda, alegou que teria sido agredido enquanto dirigia o carro.

Conforme o boletim de ocorrência, o músico também negou que a jornalista estava com o filho no colo, alegando que a criança foi deixada no banco traseiro do carro. Ainda segundo a versão dele relatada aos policiais, a vítima teria descido do veículo e ido até a porta para agredi-lo, quando ele lhe deu um empurrão para se defender.

A vítima ainda comentou sobre a alegação de legítima defesa do músico. “Além de não ter nenhuma lesão no corpo dele, ele omitiu o socorro, tanto para mim, quanto para minha filha. Então, como que alguém nessa circunstância ainda tem algum direito de ver a criança? E não tinha como ele sofrer represálias, porque não tinha ninguém. Ser inconstante desse jeito não tem como ter liberdade”, diz.

Por fim, ela informou que o suspeito não assinou o documento do próprio depoimento prestado na Deam após a prisão. “Nem ele valida o próprio depoimento”, contou. Após a prisão, o suspeito foi afastado de uma das bandas que integrava.

Jornalista vivenciou ciclo de violência por 4 anos

Questionada, a jornalista disse que vivenciou ciclo de violência durante quatro anos, período em que se relacionou com o músico. “As agressões nunca foram físicas, mas elas sempre existiram. Essa coisa do perfil manipulador, sabe… bate, depois assopra. Eu vivi esse ciclo de violência durante esses quatro anos, entre idas e vindas”.

Ainda segundo ela, suas próprias filhas quiseram sair de casa por não aguentar presenciar as agressões. “Minha filha queria sair da minha casa porque não suportava a presença dele. Elas presenciaram xingamentos dele para mim. E no dia, especificamente no dia que ele me bateu, não houve discussão entre nós dois. Mas ele sabia que eu estava sozinha em casa”, contou.

???? Onde tentar ajuda em MS

Em Campo Grandea Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasílias/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

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