Recebendo mais e entregando menos, uma nova pesquisa realizada pela Folha, em conjunto com o Datafolha, revelou que Campo Grande ocupa apenas a 9ª posição no ranking de eficiência dos municípios de Mato Grosso do Sul.
A capital apresenta um bom desempenho em saneamento, mas os indicadores de saúde e educação estão abaixo da média estadual. A baixa eficiência em saúde pode estar relacionada à falta de investimentos em infraestrutura e recursos humanos, enquanto a educação enfrenta desafios como a evasão escolar e a qualidade do ensino
O levantamento feito através do Rem-F (Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha), tem como base o atendimento das prefeituras de cada município nas áreas de saúde, educação e saneamento.
A pesquisa considera a eficiência de cada gestão com base na relação entre a receita per capita e a qualidade dos serviços prestados. Isto é, quanto mais serviços prestados com menos receita, maior a eficiência
Conforme a metodologia, a ferramenta parte de uma escala de 0 a 1 em que, no Brasil todo, o pior município atinge a marca de 0,220 e o melhor, 0,769. Em MS, o pior município atinge 0,321 e o melhor 0,621, sendo eles, respectivamente, Jaraguari e Fátima do Sul.
Logo após , estão São Gabriel do Oeste, com 0,614, e Bataguassu, com 0,600. Campo Grande, a capital, fica em nono lugar no ranking, com 0,573 pontos.
De acordo com o levantamento, a capital possui 0,632 pontos em educação, 0,39 em saúde e 0,868 em saneamento, que colocam a gestão da cidade como eficiente.
No entanto, a verba destinada para investimentos na capital fica no vermelho: com apenas 0,120 pontos, Campo Grande é um dos municípios com a menor renda per capita para saúde, educação e saneamento, o que a coloca na 1182º posição do ranking nacional.
Em municípios como São Gabriel do Oeste e Bataguassu, a renda é ainda menor. Contudo, as cidades ainda conseguem entregar bons resultados com pouca receita.
No Brasil todo, Mato Grosso do Sul ocupa o 17° lugar do ranking, com 0,497 pontos. No topo da tabela estão os estados de São Paulo (0,568), Ceará (0,552, e Espírito Santo (0,547).
Ainda segundo o levantamento, os melhores municípios do ranking seriam Botucatu (SP), Belo Horizonte (MG) e Vitória (MG).
Pesquisa
Abrangendo 95% dos municípios brasileiros (5.276), o levantamento utiliza os dados públicos mais recentes e comparáveis disponíveis para uma base de dados dessa magnitude. 292 cidades foram excluídas por falta de informações consistentes.
A pesquisa indica que apenas 3% dos municípios (163) são considerados eficientes. A maioria (68%) apresenta algum nível de eficiência, enquanto 27,5% demonstram pouca eficiência. Um pequeno grupo de 1,3% (72 municípios) é classificado como ineficiente.
O ranking completo pode ser acessado em: https://www1.folha.uol.com.br/remf/