Uma imagem que dói na alma: um veado-campeiro, símbolo da fauna pantaneira, luta desesperadamente por um gole d’água em uma poça de lama. A maior planície alagável do planeta está agonizando sob os efeitos da pior seca em décadas, e a vida silvestre paga um preço altíssimo. Corixos antes abundantes agora são leitos secos, e a morte ronda os animais que não encontram água para sobreviver.
Carla Sássi, presidente do GRAD e médica veterinária especialista em animais silvestres, destaca a urgência da ação popular em defesa do Pantanal. “É imprescindível que a sociedade se mobilize em prol da preservação do Pantanal. Por isso, lançamos a campanha #TragamÁguaParaoPantanal, que busca conscientizar a população sobre os efeitos catastróficos das mudanças climáticas, das secas e das queimadas na fauna silvestre pantaneira”, afirmou.
A campanha também visa fomentar ações concretas para mitigar esses impactos, garantindo que a biodiversidade da região seja preservada para as gerações futuras. Para ajudar, o GRAD recebe doações de qualquer valor para continuar atuando na assistência aos animais. Os interessados em contribuir com o grupo podem acessar o site ou fazer um pix para o e-mail (email protected).
Dados – Em 2020, a combinação desses dois fatores resultou em uma tragédia ambiental de grandes proporções: estima-se que pelo menos 16,9 milhões de vertebrados tenham morrido, refletindo a gravidade da crise que assola o bioma.
O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o GRAD publicaram recentemente um relatório detalhado sobre os impactos da falta de água nas bacias e corixos ao longo da Transpantaneira, no Mato Grosso.
O estudo, que utilizou métodos observacionais para avaliar a saúde dos animais e a diversidade de espécies, é um alerta sobre as consequências devastadoras da crise hídrica na região. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS