O aroma é inconfundível, e o sabor ainda mais marcante. Em uma plantação totalmente natural, dedicada ao café, o produtor José Joaquim Vieira cultiva o grão nas terras mineiras e leva o sabor para além das fronteiras do Brasil.
“Trabalho com cafés especiais e vendemos o nosso café para compradores de todo o mundo, por meio do negócio justo”, disse o produtor.
O comércio justo (Fair trade, em inglês) é um selo que, além de facilitar o comercialização dos produtos no mercado nacional e internacional, certifica que a produção segue rigorosos padrões ambientais, oferecendo garantias tanto para produtores como para os consumidores. O Sebrae ajuda produtores a conseguir essa certificação.
O café que o Vieira produz – em uma plantação de 50 hectares na comunidade de Santo Antônio do Quebra Anzol, região de Patrocínio, Minas Gerais – é exportado para Europa, Estados Unidos, sendo o maior comprador o Reino Unido. Mas para colher tantos bons frutos, o produtor relembra que o caminho foi de mudanças e desafios.
“Eu herdei um pedaço de terra dos meus pais, 32 hectares, e tocava o sítio na atividade leiteira desde 1990. Em 2010, eu percebi que a atividade para mim, não estava compensando. Então, vendi todo o gado e comecei o cultivo de café”.
A decisão de mudar trouxe crescimento. A terra herdada dos pais se expandiu, e ao longo dos anos, Vieira adquiriu mais 18 hectares, aumentando a produção.
Um dos segredos do sucesso? Colocar as mãos na terra. “Para isso, eu entrei no meio do campo, onde estou até hoje,” revela.
Além do trabalho árduo, Vieira buscou conhecimento para aperfeiçoar o cultivo:
“Em 2012, eu entrei para a Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado, APPCER. Em 2017, através do Sebrae, conseguimos um Educampo para os associados, e o meu técnico, me orientou na área financeira, na aquisição de insumos, aplicação de defensivos e movimentação da mão de obra”, afirma Vieira.
O suporte do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) foi fundamental para que o produtor se sentisse mais seguro em cada etapa do processo, principalmente com Educampo – Sebrae Minas Gerais, que é uma plataforma que promove acesso a informações gerenciais e orienta no planejamento da produção. Seguindo essas e outras diretrizes, Vieira tem alcançado bons resultados em sua lavoura. Na última colheita, ele obteve uma safra alta, com a marca de 52 sacas por hectare.
“O café é uma cultura bianual, um ano produz mais e em outro menos. Minha média anual é de 45 sacas por hectare. Em ano de safra alta, 50 ou mais; em ano de safra baixa, 40 ou menos”.
Além disso, Vieira ressaltou que as orientações passadas pelas instituições ajudaram no desenvolvimento do seu negócio, “O projeto me possibilita saber o que é rentável para minha empresa, por quanto posso vender o meu café e o que devo aplicar na lavoura. Fazemos o planejamento, calculamos o risco e a rentabilidade do negócio”.
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Aceita um café?
Para quem gosta de café, essa simples pergunta faz o dia ganhar um toque especial. A sensação de ser bem-recebido é acolhedora, seja na casa de um amigo ou de um parente. E é com esse mesmo carinho que José Joaquim Vieira cultiva seu café, mantendo um alto padrão de qualidade.
Ter um bom café, requer planejamento e atenção para lidar com as oscilações do mercado. O preço do café é influenciado por fatores externos. “Como toda atividade agrícola a céu aberto, somos dependentes da natureza, que tem muitas intempéries como geada e chuva” explica o cafeicultor. E acredite, é essa oscilação que o move todos os dias: ”Eu amo trabalhar com café”.
Para garantir uma colheita de qualidade, Vieira monitora cada etapa do processo como “Acompanhar a fase de crescimento e maturação dos frutos, ficar de olho no mercado para garantir o bom preço na hora da venda, travar os custos através de venda futura, pois o café é commodity, ora o preço sobe, e do nada despenca” diz.
Essa trajetória de sucesso, construída ao longo de 24 anos, contou também com o apoio da família. “Meus filhos cresceram junto à lavoura. Um estudou agronomia e me auxilia nos tratos culturais, o outro trabalha na área administrativa e me auxilia na gestão do sítio. Eu fico no sítio durante a semana e a minha esposa fica com o meu terceiro filho, na cidade” contou Vieira com orgulho dessa união e fortalecimento familiar.
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